Nas redes sociais, a ambientalista e indigenista Neide Cardozo, cofundadora da organização não governamental Kanindé (localizada em Porto Velho, Rondônia) e mãe da também ativista Txai Surui, tem encabeçado diversos manifestos contrários à aprovação do PL. Ela critica a atuação da bancada de Rondônia, que, segundo a ativista, em nenhum momento pensou na vida dos rondonienses. “Deputados que compõem a legislação atual do Congresso Nacional se uniram contra o povo. Promoveram a maior tragédia ambiental do Brasil. O maior retrocesso nas leis ambientais, na calada da noite e na madrugada. Muito me admiro assistir a um desmonte com um Congresso completamente vazio. No momento crucial para o meio ambiente, os parlamentares demonstraram que não têm compromisso com a vida diante de uma votação virtual, uma votação vergonhosa. Por uma grande maioria desses deputados de partidos de direita e extrema direita e centro, foi aprovado o PL da Devastação 2159, abrindo as porteiras para o maior retrocesso que o Brasil poderia sofrer”, lamenta.
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Ainda segundo Neidinha Suruí, o projeto desmonta o licenciamento ambiental, o principal instrumento de controle dos impactos de grandes empreendimentos, e representa o maior retrocesso ambiental das últimas décadas no país. Porque representa um retrocesso ambiental que ataca diretamente o meio ambiente, o agronegócio, a população brasileira, a Mata Atlântica que perderá sua vegetação, todos os biomas e, principalmente, a Amazônia”, declara.
Para Cardozo, o PL desrespeita a Conferência das Partes (COP30) que acontecerá daqui há quatro meses em Belém, Pará. “O PL abre as portas para mais desmatamento, poluição, violação de direitos dos povos das florestas, das águas, das cidades e dos campos, além de promover a insegurança jurídica. Isto acontece em um momento em que o Brasil deveria reforçar sua liderança na agenda climática global, e não caminhar rumo ao colapso”, afirma.
Ela conclama apoiadores e pede, inclusive, ao presidente Lula que derrube totalmente o PL 2159, aprovado na íntegra pelos congressistas na noite de quarta-feira (16). “Não há como renovar esse texto com vetos pontuais; somente o veto total pode barrar esse projeto lesivo às instituições. ‘Licenciamento não é burocracia. É proteção. A vida vale mais que o lucro”, pontua.
Neide acredita que somente renovando os políticos nas eleições de 2026 no Brasil poderá avançar, principalmente no cuidado com o meio ambiente. “Precisamos refletir sobre isso! Em 2026 teremos eleições; precisamos tirar esse Congresso, que representa os interesses do agronegócio, das armas e dos grupos religiosos (BBB — boi, bala e bíblia), um Congresso que promove o desmatamento, a manipulação ambiental e retrocessos nas leis ambientais. Mudar”, finaliza.