A deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil-RO) participou de duas importantes audiências públicas realizadas pela Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal nos municípios de Ji-Paraná e Vilhena, em Rondônia. As reuniões colocaram em pauta a atual situação da BR-364, com foco nos altos valores dos pedágios e nas precárias condições de trafegabilidade da rodovia, considerada vital para o escoamento da produção agrícola e a integração regional do estado.
As diligências foram solicitadas pelos senadores Marcos Rogério e Jaime Bagattoli e contaram com a presença de parlamentares da bancada federal de Rondônia, autoridades locais, representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério dos Transportes, além da sociedade civil.
A primeira audiência aconteceu na manhã de sexta-feira (17) na Câmara Municipal de Ji-Paraná. Já no período da tarde, o debate foi retomado em Vilhena, no Cone Sul do estado. Durante as discussões, foram ouvidos moradores, lideranças locais, prefeitos e integrantes do setor produtivo, que apontaram os principais gargalos da rodovia federal.
Cristiane Lopes destacou que a BR-364 é estratégica para a economia do Norte do Brasil e cobrou que a infraestrutura da via esteja à altura de sua importância econômica e social. “Essa rodovia é o pulmão do desenvolvimento da nossa região. Não podemos mais adiar a duplicação da BR-364. Vidas estão sendo perdidas. É uma questão de prioridade nacional”, afirmou.
A parlamentar também alertou sobre o alto índice de acidentes no trecho que liga Porto Velho a Vilhena, conhecido como “Corredor da Morte”. “Quando falamos da duplicação da BR-364, falamos de todos os setores. Falamos do crescimento econômico, da geração de empregos e, sobretudo, de salvar vidas. Infelizmente, temos acompanhado o aumento do número de mortes nessa rodovia. É inaceitável que continuemos perdendo pessoas por falta de infraestrutura adequada”, reforçou.
Outro ponto amplamente debatido foi o modelo de concessão da BR-364, que prevê pedágios e obras de duplicação e modernização. A deputada defendeu que a concessão precisa ser construída em diálogo com a população e que os investimentos em segurança viária devem anteceder a cobrança de tarifas.
“Apoiamos a duplicação, mas com pedágios justos e obras que comecem antes da cobrança. É fundamental respeitar os interesses de Rondônia. A população quer melhorias reais e imediatas. Foram muito produtivas as audiências em Ji-Paraná e Vilhena, pois pudemos ouvir de perto as demandas de quem realmente vive a realidade da rodovia todos os dias”, concluiu Cristiane Lopes.
As audiências também destacaram a importância da BR-364 para o escoamento da produção de grãos, como soja, milho e café, além da carne bovina, via Porto Velho e pelo Rio Madeira para outras regiões do país e para exportação. A rodovia, principal via federal de Rondônia, é considerada um dos eixos logísticos mais importantes da Amazônia Ocidental.
O senador Marcos Rogério reforçou o papel da Comissão de Infraestrutura em garantir uma concessão que atenda às reais necessidades da população. “A rodovia é essencial para a integração regional e o escoamento da produção agrícola. Não podemos permitir que problemas contratuais e operacionais prejudiquem seu potencial de desenvolvimento.”
Já o senador Jaime Bagattoli destacou a relevância da escuta pública. “Foi uma oportunidade de tratar da privatização da única rodovia que corta o estado com quem de fato deve ser ouvido: o setor produtivo, prefeitos, parlamentares, associações comerciais e todos os interessados”, afirmou.
Cristiane Lopes também lembrou que, em 2024, apresentou o Requerimento de Urgência 61/2024, que solicita a realização de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados para debater a reconstrução da BR-319 (que liga Porto Velho a Manaus) e a duplicação da BR-364 em Rondônia.
As ações reforçam o compromisso da deputada com a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável da região Norte, com foco na segurança da população e no fortalecimento da economia de Rondônia e do Brasil.