Desde que desembarcou em Rio Branco Acre, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi integrado em uma agenda pró-aliados. Durante os três dias de sua estadia, ele percorreu locais que pudesse aglomerar, mas não deu muito certo. A chuva roubou o brio do principal evento.

No sábado, Bolsonaro participou da filiação do atual prefeito de Rio Branco Tião Bocalon ao Partido Liberal (PL). Em meio a críticas, principalmente pela falta de infraestrutura dos bairros e enchentes que arrasam todos os anos a capital, desabrigando e desalojando milhares de acreanos, Bocalon se transfere de sigla acreditando que pode se reeleger com os votos dos bolsonaristas.
Mas uma forte chuva em Rio Branco, no dia da filiação acabou estragando a festa que ocorreria na Praça da Revolução. O local foi transferido para um ponto menor e mais restrito. Seria um sinal vindo do céu para o prefeito de Rio Branco?
Desapontado deve ter ficado o ex-presidente Jair Bolsonaro com o governador Gladson Cameli (PP). Enquanto o ex-titular da pasta percorria RBR, o chefe do Executivo desaparecia da sede do estadual. Nas redes sociais Gladson buscou criar uma agenda nos arredores. Em Manaus, ele participou do Seminário Internacional: a política de fronteira e a bioeconomia na Amazônia Legal. Na volta, Cameli preferiu uma atividade imersiva com os indígenas.
“A conexão com a natureza renova minhas energias, estar junto aos povos originários me regenera”, pontuou.
Para ex-primeira-dama Michele Bolsonaro apontada como a verdadeira dona da agenda que motivou a participação de Bolsonaro no Acre, o sobrinho do ex-governador Orleir Cameli enviou um buquê de flores, uma espécie de afago.
Bolsonaro e Michele deixaram Rio Branco na manhã deste domingo,24/04 sem qualquer tumulto por eleitores. Mas o que a visita de Bolsonaro e de Michele ao estado de Galvez pode revelar? Não traz novidade, principalmente se tratando de um estado onde Bolsonaro conseguiu, 70,3% dos votos contra 29,70% do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A viagem, também demostra que não houve a repercussão de antes. Diferente da primeira visita que Bolsonaro percorreu a ponte do rio Madeira no distrito de Porto Velho Abunã em Rondônia, o gás entre bolsonaristas não é como o de antes. Falando nisso, aliados apontaram a construção no estado rondoniense como obra dele.
A ponte do rio Madeira em Abunã pertence ao Plano de Aceleração do Crescimento do governo de Dilma Rousseff (PT) que acabou sofrendo um Impeachment. O programa de obras públicas foi desenvolvido no primeiro mandato de Lula, também do Partido dos Trabalhadores. Durante a gestão de Bolsonaro o empreendimento em Porto Velho já contava com 97% de conclusão. Para os analistas em política, o que existe por traz dessas deslocações de Bolsonaro é uma espécie de ‘campanha política’ antecipada visando as prefeituras e câmaras.