A megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, gerou relatos de extrema violência e horror por parte dos moradores.
Moradora do Complexo do Alemão, afirma trabalhar como mototáxi e não ter envolvimento com o crime, denunciou que o corpo de seu sobrinho foi encontrado decapitado na mata da região.
“Apenas arrancaram a cabeça dele e deixaram na mata. O corpo de um lado e a cabeça dele pendurada em uma árvore,” detalhou a Moradora do Complexo do Alemão.
A família soube da morte após identificar em um vídeo que circulava nas redes sociais. A Folhapress e o UOL não conseguiram confirmar a informação da decapitação. Moradora do Complexo do Alemão, criticou a ação, classificando-a como “chacina” e afirmando que a polícia não permitiu que familiares procurassem os corpos.
Balanço Oficial e Críticas de Especialistas
O balanço oficial mais recente divulgado pelo Governo do Rio de Janeiro aponta que a Operação Contenção resultou em:
- 119 mortos (115 suspeitos e 4 policiais).
- 9 feridos a tiros (3 moradores e 6 agentes).
- 113 suspeitos presos e 10 adolescentes apreendidos.
O número de mortos é contestado por testemunhas e ativistas. O comunicador Raul Santiago afirmou que os corpos estavam com marcas de tiros na nuca e facadas, e que a quantidade de vítimas está subnotificada.
A operação superou o número de mortos da ação no Jacarezinho em 2021 (28 mortos) e foi duramente criticada por especialistas em segurança:
- Pablo Nunes (Diretor do Cesec): Classificou a ação como a “maior chacina do Rio de Janeiro” e “a operação mais irresponsável da história do Rio de Janeiro”.
- Jacqueline Muniz (Professora da UFF): Apontou que a megaoperação, ao mobilizar 2.500 policiais, deixou outras áreas desprotegidas e criticou a falta de planejamento e de uma “central de crise”.
Familiares dos mortos enfrentam uma longa espera no Detran, ao lado do IML do Centro do Rio, onde a Defensoria Pública acompanha o processo de reconhecimento dos corpos, que não tem previsão de conclusão pela Polícia Civil.
Com informações de Isabela Aleixo e Eduarda EstevesDo UOL, no Rio e em São Paulo – ‘Arrancaram a cabeça do meu sobrinho’, diz moradora do Alemão







































