Entre ritos e mitos de um mundo simbólico-cosmogônico, onde os valores ontológicos transcendentais milhares dos povos indígenas estão no espaço e tempo sendo extirpados, execrados e silenciados, pela religiosidade europeizada da sociedade envolvente reacionária, representando pelo hostil alijamento de uma riqueza sócio-linguístico-cultural ancestral.
A fenomenologia mitológica da espiritualidade da mata e suas peculiaridades estetizantes de suas encantarias estão cotidianamente caindo na invisibilidade em detrimento do avanço desenfreado de luxuosos templos, erguidos sobre os sagrados territórios geo-históricos da exuberância cósmica inenarrável de seus deuses.
Essa usurpação doentia da identidade – obliterada pela fé odiosa de sustentáculos externos do crescimento religioso desenvolvimentista – é ardilosamente norteada por agentes macaios, subservientes às mazelas impostas pela mendacidade maculada do capital, e por uma espécie de templários que violam e surrupiam a fé original de suas coletividades.
O pensamento europeizado hegemônico dominante são algemas que coloca o estado em primeiro lugar, juntamente com a iniciativa privada, e coloca em segundo plano as minorias étnico-raciais marginalizadas da Amazônia brasileira, aprisionando os valores ontológicos e rompendo de forma arbitrária os laços da fenomenologia indígena do bem viver.
Apesar das manifestações de luta e resistência das nações indígenas, apesar do fortalecimento coletivo contra estereótipos, estigmas e hostilizações, e apesar do poder do enfrentamento em desfavor da opressão e marginalização da religiosidade europeizada malevolente, os povos originários continuam de forma resistente, procurando manter o seu milenar mundo simbólico, as suas manifestações poéticas da memória coletiva, como também, as encantarias florestais da cosmogonia das danças e dos devaneios ritualísticos da chicha.








































