Pesquisas científicas apontam que personalidade dos peixes vai muito além do senso comum e envolve traços como timidez, ousadia, agressividade, nível de atividade, sociabilidade e exploração. Esses perfis comportamentais interferem diretamente na forma como cada indivíduo reage ao ambiente, ao estresse e até às estratégias de sobrevivência.
Assim como em humanos, a personalidade dos peixes se distribui em um espectro. Nos extremos, estão os indivíduos proativos, que reagem com luta ou fuga e tendem a agir de forma mais ousada, e os reativos, que apresentam respostas mais cautelosas, como congelamento diante de estímulos externos. Esses padrões influenciam a navegação, alimentação e interação social.
No laboratório, cientistas utilizam métodos como arenas de observação, labirintos e testes de exploração para identificar traços de ansiedade, memória e tomada de decisão. O uso de gravações e softwares específicos permite analisar migração, atividade de nado, tempo em áreas protegidas e até distâncias sociais entre os peixes, indicadores ligados ao estresse e bem-estar.
Experimentos revelaram, por exemplo, que a alimentação em horários fixos torna indivíduos menos ousados, enquanto condições ambientais e poluentes podem modificar comportamentos naturais, afetando inclusive gerações futuras. Estudos com centenas de peixes equipados com chips eletrônicos também comprovaram aprendizado, memória e estabilidade dos traços ao longo do tempo.
A compreensão da personalidade dos peixes é considerada essencial para a preservação e o bem-estar animal. Segundo especialistas, as descobertas reforçam que esses animais possuem capacidades cognitivas e emocionais complexas, contrariando crenças populares como o “mito da memória curta”. O avanço das pesquisas ajuda a repensar o papel dos peixes na sociedade e na construção de políticas ambientais e de produção mais sustentáveis.











































