O jornalista e romancista Sérgio Rodrigues, autor do livro “Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs”, expressa preocupação com o impacto da inteligência artificial (IA) na prática da escrita. Em entrevista à Agência Brasil, publicada em 15 de setembro de 2025, ele alerta que a terceirização de textos para ferramentas de IA, do e-mail à redação escolar, pode levar a um retrocesso civilizatório e intelectual.
Rodrigues defende que a escrita é uma tecnologia do pensamento, exclusivamente humana, e que a imitação feita pelos robôs, por mais impressionante que seja, carece de subjetividade e ambição artística. Ele lança a obra em Brasília na próxima quinta-feira, dia 18, e destaca que a criatividade é o oposto do que a IA generativa faz.
Os perigos para o aprendizado humano
O escritor ressalta que o maior risco é o ser humano “desaprender a escrever”. Ele compara a situação com a perda da capacidade de memorizar números de telefone, terceirizada para os celulares. A preocupação se estende à escola, onde, se não houver controle, os alunos podem deixar de desenvolver a habilidade da escrita.
Sérgio Rodrigues reforça que a IA é uma ferramenta, mas não deve se tornar uma mestra, e que o espírito crítico da população está em risco. Ele aponta para o papel crucial das famílias e das escolas em incentivar a leitura e a escrita, e para a necessidade de políticas públicas de regulamentação da tecnologia, diante dos pesados lobbies das grandes empresas de tecnologia.