Nesta terça-feira, 2 de setembro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, iniciou sua sustentação oral no julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). Gonet afirmou que testemunhos, registros e documentos provam que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou um plano para se manter no poder. O procurador destacou que os fatos não podem ser negados, apesar das tentativas da defesa de minimizar as acusações.
Gonet mencionou como evidências a minuta do decreto golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres e os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, que confirmaram a apresentação de planos de golpe em reuniões com Bolsonaro.
Evidências e planos do golpe
O procurador-geral reforçou que a acusação não se baseia em suposições, citando a documentação da trama golpista feita pelos próprios integrantes da suposta organização criminosa. Ele destacou planos apreendidos pela Polícia Federal com nomes como “Operação 142” e “Punhal Verde e Amarelo”. Gonet também citou a “Operação Copa 2022”, que, segundo ele, teria o objetivo de eliminar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin.
O procurador argumentou que era “imperativo” para a manutenção da democracia que os envolvidos fossem condenados. Gonet também detalhou como as ações de Bolsonaro, desde a reunião ministerial de julho de 2021 até os discursos de 7 de setembro, foram coordenadas para insuflar a militância e minar a confiança no sistema eleitoral. Ele citou anotações em uma agenda do general Augusto Heleno que revelavam o plano de desacreditar o processo de votação.
Detalhes do julgamento no STF
O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus começou nesta terça-feira e pode durar até 12 de setembro. Eles são acusados de diversos crimes, incluindo liderar organização criminosa armada e tentar um golpe de Estado. As penas, em caso de condenação, podem ultrapassar 40 anos. A sessão, que inclui as manifestações das defesas, é transmitida ao vivo por canais do Judiciário.