O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), abriu a sessão plenária na noite de quarta-feira (6) após a obstrução e protestos de parlamentares da oposição. Ele criticou a ação dos deputados, afirmando que as manifestações devem obedecer ao regimento da Casa e à Constituição.
Desde o dia 5, parlamentares da oposição ocupam os plenários da Câmara e do Senado em protesto. Os deputados manifestam-se contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e pedem a pauta de temas como a anistia geral e irrestrita para condenados por tentativa de golpe de Estado e o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Prioridade à nação e regimento interno
Motta enfatizou que a Câmara deve focar em resolver os problemas do país, sem que interesses pessoais, individuais ou eleitorais prevaleçam. Ele defendeu o diálogo e o respeito, mas garantiu que a presidência da Casa agirá com firmeza para garantir o funcionamento das atividades legislativas.
O presidente da Câmara teve dificuldades para assumir a sua cadeira, sendo impedido por deputados como Marcel van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS). A ocupação do plenário da Casa, que começou na terça-feira (5), motivou a Secretaria-Geral da Mesa a emitir uma nota. Nela, a Secretaria avisa que a obstrução das atividades legislativas pode resultar em punição, com a Mesa Diretora podendo pedir a suspensão cautelar de mandatos ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Denúncia e sessão remota no Senado
A ocupação do plenário também gerou uma denúncia. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, acionou o Conselho Tutelar sobre a presença da filha da deputada Júlia Zanatta (PL-SC), um bebê de colo. Segundo ele, a criança foi exposta a um ambiente de risco e tensão. A deputada estava sentada na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta, e questionou se seriam retirados à força.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) determinou que a sessão deliberativa de quinta-feira (7) seja realizada de forma remota. A medida foi tomada para garantir o funcionamento da Casa e evitar que a pauta legislativa fosse paralisada pela obstrução dos parlamentares.