O 14º Prêmio MPRO de Jornalismo foi lançado na noite da última quarta-feira, 30 de julho de 2025, em uma solenidade realizada na sede do Ministério Público de Rondônia (MPRO), em Porto Velho. O evento marcou a apresentação do novo hotsite e das novidades no edital que rege o concurso. A programação também promoveu um debate sobre os direitos da sociedade na Amazônia, tema central desta edição. A solenidade contou com a presença do Procurador-Geral de Justiça, Alexandre Jésus de Queiroz Santiago, presidente da Comissão Julgadora do concurso; do Subprocurador-Geral de Justiça Jurídico do MPRO, Ivanildo de Oliveira; e do Diretor-Presidente da Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, Marcelo Ferronato, ambos painelistas do evento. A atividade foi prestigiada por membros do MP, servidores, integrantes da banca julgadora, imprensa e acadêmicos de Jornalismo.
Ao celebrar a chegada da 14ª edição da premiação, o Procurador-Geral de Justiça, Alexandre Jésus de Queiroz Santiago, ressaltou a relevância do tema “Ministério Público de Rondônia em defesa dos direitos da sociedade na Amazônia“, por sua atualidade e urgência. Na ocasião, Alexandre Jésus sublinhou que a temática trata de problemas locais e regionais, que transcendem e impactam o mundo. “A abordagem de 2025 chama atenção para a atuação do nosso MP, um Ministério Público amazônico, comprometido com a defesa do bioma e de suas populações, ao mesmo tempo em que tangencia o olhar para o exercício jornalístico, atividade também responsável por fiscalizar e promover consciência coletiva”, afirmou.
Novidades do concurso
As novidades da edição de 2025 foram detalhadas pela gerente de Comunicação Integrada, Maríndia Moura, que falou do aperfeiçoamento do concurso. Segundo explicou, o hotsite do Prêmio de Jornalismo foi inteiramente reformulado, passando a apresentar design moderno e navegação mais intuitiva. O trabalho foi desenvolvido pela Gerência de Comunicação Integrada (GCI), em parceria com a Coordenadoria de Gestão de Tecnologia da Informação (CGTI) e a Diretoria de Tecnologia da Informação. O ambiente de inscrições foi simplificado. Agora, para efetuar sua participação na premiação, o participante precisará apenas preencher dados essenciais e fazer o upload do trabalho. A apresentação de documentos obrigatórios será exigida exclusivamente para os autores de trabalhos finalistas. A nova plataforma inaugura a Área do Participante, uma seção destinada a informar ao usuário o status de todas as inscrições efetuadas por ele, oferecendo um panorama de sua participação no prêmio. O regulamento (Edital nº 7/2025-PGJ), disponível no hotsite do concurso, traz, entre as novidades, o conjunto de critérios a serem avaliados pela Comissão de Julgamento, em cada categoria. As regras também são expressas quanto à autoria da produção jornalística. Todo o conteúdo inscrito deverá ser autoral. Será admitido uso pontual de imagens e recursos visuais não autorais, desde que creditados pelo participante, sob pena de desclassificação. O hotsite do 14º MPRO Prêmio de Jornalismo pode ser acessado pelo portal do MPRO, por meio da aba Comunicação, menu superior.
Categorias e prazos
O 14º Prêmio MPRO de Jornalismo é dividido em quatro categorias: Telejornalismo, Webjornalismo, Cinegrafia e Destaque Acadêmico. O concurso prevê premiações nos valores de R$ 12 mil (1º lugar), R$ 7 mil (2º lugar) e R$ 5 mil (3º lugar). Para a categoria Destaque Acadêmico, a premiação é única, no valor de R$ 3 mil. As inscrições poderão ser realizadas no período de 9 de setembro a 14 de outubro deste ano. Serão aceitas produções jornalísticas publicadas no prazo de 14 de outubro de 2024 a 14 de outubro de 2025.
Painel
A programação de lançamento do concurso contou com o painel “Amazônia, populações, territórios, cidadania e Ministério Público”. Em sua abordagem, Marcelo Lucian Ferronato, Diretor-Presidente da Ecoporé, retratou as graves ocorrências ambientais registradas no ano passado em Rondônia, mencionando o avanço de queimadas, crises hídricas e invasões de unidades de conservação. O cenário afetou a economia, o desenvolvimento e a qualidade do ar na região. Conforme o painelista, somente em 2024, uma área correspondente a 6% do território do estado foi consumida pelo fogo, sendo que metade era localizada em florestas. Como resultado, foram emitidos 138,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono () na natureza.
Em contrapartida, Ferronato apresentou soluções esperançosas para o futuro da Amazônia, discorrendo sobre ações realizadas pela organização que representa. O Diretor da Ecoporé falou da longa parceria da organização com o Ministério Público, a exemplo do projeto “Águas do Pirara“, que ajuda agricultores da região de Cacoal a recuperarem áreas degradadas e incentiva a economia sustentável por meio do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) do MPRO. “O propósito é integrar pessoas para ações de conservação e recuperação da natureza. Nosso olhar é para futuras gerações”, explicou Ferronato.
Dando sequência à discussão, o Subprocurador-Geral de Justiça Jurídico do MPRO, Procurador de Justiça Ivanildo de Oliveira, fez uma reflexão sobre a relação predatória do homem com o meio ambiente. O painelista falou sobre o modo como a sociedade passou a entender a natureza, objetificando seus recursos, numa operação sistêmica de exploração desenfreada e não sustentável. Abordando o pensamento filosófico cartesiano, fundamentado na dominação, racionalidade e mecanicismo, o Procurador de Justiça fez uma crítica à forma como as populações, ao longo dos anos, se relacionam com os ecossistemas, desconsiderando a finitude de recursos, uma postura que só recentemente vem sendo revista. Ivanildo de Oliveira falou da atuação do Ministério Público de Rondônia na defesa do meio ambiente, citando, em especial, o desempenho da instituição no combate a iniciativas legislativas que fragilizam a proteção de unidades de conservação. Pontuou a estruturação do órgão na criação de promotorias, grupos especializados e serviços voltados para a proteção ambiental. Mencionando a transversalidade do tema do concurso, incentivou os jornalistas a se inscreverem na premiação, alertando que o meio ambiente afeta a vida em sociedade das mais diversas formas. “Estamos felizes com o lançamento de mais um prêmio. Convido todos a participarem dessa iniciativa que celebra a cidadania”, afirmou o Procurador de Justiça, idealizador do projeto em 2011.