Em resposta aos dados alarmantes de violência, o Ministério das Mulheres lança, em 1º de agosto, a campanha anual e permanente Agosto Lilás. A iniciativa visa combater a violência doméstica, familiar e, especialmente, os feminicídios, que tiveram 1.492 registros em 2024, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A ministra Márcia Lopes, em entrevista na última quinta-feira, 31 de julho de 2025, em Brasília, destacou as atividades previstas para o mês em que se celebra o 19º aniversário da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).
Ações e Ocupação dos Espaços
A ministra descreveu o Agosto Lilás como um período de “atividades, mobilização, conversas, campanhas, iluminação das cidades, tudo em nome do direito das mulheres terem uma vida plena, digna”. Uma das metas do governo federal é que todos os estados formalizem o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios até o final de agosto. Atualmente, apenas 14 estados assinaram o acordo, que visa criar um plano de trabalho para aumentar atividades preventivas e de combate à violência.
Márcia Lopes defendeu a ocupação de espaços públicos, como praças, unidades básicas de saúde, escolas, sindicatos e igrejas, para discutir a violência contra a mulher. Ela também ressaltou o papel dos gestores municipais na erradicação dos assassinatos baseados em gênero. “Se cada prefeito, em cada cidade desse país, disser, uma vez por dia, ‘aqui nesta cidade nós não teremos violência contra a mulher’, isso vai mudar,” afirmou a ministra.
Envolvendo os Homens na Discussão
A ministra comentou sobre casos recentes de violência, como a tentativa de feminicídio em Natal, onde uma mulher foi agredida com 61 socos. Ela classificou o incidente como “uma situação horrorosa” e usou o exemplo para defender a importância de envolver os homens na discussão sobre o combate à violência contra as mulheres. Para ela, é fundamental combater a visão de que o machismo e o autoritarismo são “naturais” e “normais”.