O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira, 28 de julho, da inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). O empreendimento, com investimento de R$ 7 bilhões, integra o maior complexo de geração de energia a gás natural da América Latina, com 3 gigawatts (GW) de capacidade instalada. A planta foi selecionada como projeto estratégico do Novo PAC e representa um avanço importante rumo à transição energética do país.
Com capacidade para abastecer até 8 milhões de residências, a GNA II responde por cerca de 10% da geração de energia a gás natural da matriz elétrica nacional. A usina opera em ciclo combinado, modelo de alta eficiência que permite gerar energia com menor consumo de combustível e redução nas emissões de carbono. Projetada para operar com até 50% de hidrogênio em substituição ao gás natural, a GNA II sinaliza uma transição energética gradual e segura. O uso de água do mar na operação também contribui para a preservação de recursos hídricos.
Durante a cerimônia, o presidente Lula destacou o potencial do Brasil para liderar o processo de transição energética global. “Acreditem, em se tratando de transição energética, o Brasil pode ser um país imbatível”, afirmou. Ao relembrar uma visita feita ao local em 2012, Lula disse ter se surpreendido com a dimensão do projeto: “Aquilo que parecia um sonho distante virou realidade. E isso só acontece quando a gente acredita que é possível fazer”, ressaltou.
Lula destacou ainda a importância da confiança dos investidores privados no país. “É de se perguntar por que as coisas estão acontecendo. As coisas só acontecem quando você começa a acreditar que é possível. Eu não conheço nenhum investidor estrangeiro que vai investir em um país que ele não acredite”, frisou.
Durante a cerimônia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reiterou a fala do presidente Lula ao pontuar que a GNA II é fruto da confiança renovada de investidores externos e do esforço do governo para garantir segurança energética com sustentabilidade. “Seu governo, presidente, convenceu as empresas estrangeiras a voltarem a investir aqui, deixarem de lado o capital especulativo e volátil. Confiarem em investimentos de longo prazo, rentáveis, gerando emprego e renda para a nossa gente. Investimentos que movimentam a economia e trazem desenvolvimento. Avançamos muito no setor de minas e energia do Brasil. A usina termoelétrica da GNA, aqui no Porto de Açú, é resultado dessa confiança no país”, resumiu.
PORTO DE AÇU — O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a relevância econômica e social do Porto do Açu, que atualmente representa 6% de toda a movimentação portuária nacional, e responde por mais de 40% das exportações de petróleo do Brasil. Segundo ele, o terminal é proporcionalmente o porto que mais gera empregos diretos no país, com mais de 7 mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos.
“O Governo Federal tem trabalhado com firmeza pela modernização dos portos brasileiros. Somente no último mês, anunciamos R$ 4,7 bilhões em novos Terminais de Uso Privado, e a projeção é ultrapassar os R$ 10 bilhões até o fim do ano. Aqui no Porto do Açu, assinamos R$ 350 milhões em investimentos voltados à expansão das atividades, o que reforça o compromisso do Governo Federal com o crescimento da infraestrutura portuária nacional”, afirmou Costa Filho.
PROJETOS ESTRUTURANTES — Silvio Costa Silva anunciou ainda outros seis projetos do Porto do Açu, que serão prioritários no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). São eles: o novo terminal de líquidos do Açu, a dragagem e manutenção dos canais de navegação, a nova base de desmantelamento sustentável, expansão da infraestrutura do cais, ampliação do terminal de multicargas e o novo TUP para movimentação de grãos.
O Porto do Açu já acumula R$ 60 bilhões em investimentos privados e concentra 50% do gás natural importado pelo Brasil, gerando mais de 30 mil empregos indiretos. O Ministério de Portos e Aeroportos também autorizou R$ 275,3 milhões para ampliar o Terminal de Combustíveis Marítimos do Açu (Tecma), fortalecendo a infraestrutura logística e energética do estado. “O presidente Lula já determinou que, junto à Casa Civil, aceleremos os projetos pleiteados pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Esses seis projetos serão incluídos no novo PAC como prioridade do governo federal, para que sejam efetivamente viabilizados”, completou o ministro.
CONEXÃO — A conexão do porto com outros estados é prioridade para o Governo Federal, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho. Ele citou o papel da Ferrovia EF-118, que liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, como estratégica para consolidar o local como eixo logístico nacional. “A usina é um dos orgulhos da infraestrutura do Brasil, que gera tantos empregos e colabora para o desenvolvimento do país. Essa ferrovia será transformadora”, afirmou.
USINAS — Com as usinas GNA I e II, o complexo soma R$ 12 bilhões em investimentos e gera energia para abastecer cerca de 14 milhões de residências. No pico das obras, foram criados 22 mil empregos diretos. A nova usina representa não só um marco para a geração de energia, mas também um vetor de desenvolvimento para a região Norte Fluminense.