O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, o bloqueio das contas bancárias e dos bens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Essa decisão impede o parlamentar de realizar transações financeiras, incluindo o recebimento de doações via Pix de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, destinadas a custear sua estadia nos Estados Unidos. O ex-presidente já havia afirmado ter enviado cerca de R$ 2 milhões para Eduardo.
Motivos e Contexto da Medida
Eduardo Bolsonaro pediu licença de seu mandato em março deste ano para residir nos Estados Unidos, alegando perseguição política. Sua licença terminou no domingo, 20 de julho, e o parlamentar já declarou que não renunciará ao cargo. A Câmara dos Deputados prevê a cassação por faltas em caso de não retorno ao Brasil.
O deputado é investigado no STF por incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra o governo brasileiro e o próprio Supremo, no âmbito da ação penal da trama golpista que tem Jair Bolsonaro como um dos réus. A medida de bloqueio de bens e contas se insere nesse contexto de investigações.
Desdobramentos da Investigação
Na última sexta-feira, 18 de julho, no mesmo inquérito, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Ele foi obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19h e 6h. Essas medidas foram determinadas pelo ministro Moraes após a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegar risco de fuga do ex-presidente, que tem julgamento previsto no Supremo para setembro.
Eduardo Bolsonaro, ao participar de um podcast, confirmou o bloqueio de suas contas, mas afirmou que “nada será encontrado”.