O leilão do trecho de 687 km da BR-364, entre Porto Velho e Vilhena, na divisa com Mato Grosso (MT), começou na manhã desta quinta-feira (27), conforme agendado pelo Ministério dos Transportes (MT), por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

De início, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Jorge Santoro, ressaltou a situação precária da BR-364, cujo fluxo de veículos, há décadas, ameaça a infraestrutura da capital. O tráfego intenso na área urbana contribui, inclusive, para o aumento de acidentes.
Além disso, o dirigente pontuou a interferência de setores e políticos que hoje se colocam contrários ao investimento em Rondônia, mesmo sem pertencerem ao núcleo da agenda ambiental.
“Vivemos um momento de pré-campanha eleitoral. O leilão de hoje teve um número maior de lances. Nossa AGU trabalhou bastante nos últimos dias, mas isso é normal, até por questões políticas. Partidos que antes não defendiam a agenda ambiental passaram a fazê-lo para questionar o leilão. Isso me surpreendeu bastante”, enfatizou.

Santoro também destacou os investimentos e, além da obra em si, as consequências positivas que ela trará quando estiver concluída em sete anos.
“Espera-se que esse corredor logístico movimente, com a obra pronta, 16 milhões de toneladas de grãos. Há seis anos, não chegava a 2 milhões. É um projeto com um potencial muito grande e acredito que será exitoso”, comemorou.
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes apresentou dados sobre o impacto da megaobra em Rondônia, destacando os investimentos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no setor, que, segundo ele, estava desprezado há mais de vinte anos.
“Em vinte anos, o governo federal aplicou apenas R$ 3,6 bilhões no setor de transportes. O projeto atual prevê R$ 10,4 bilhões nos próximos sete anos. Não é possível que apenas o setor público financie esse projeto, pois isso inviabilizaria sua execução. Precisamos urgentemente destravar os gargalos logísticos”, explicou.
O governo federal prevê um aporte de investimentos pelo BNDES de pouco mais de R$ 10,4 bilhões para a realização das obras no trecho de 687 km da BR-364. O projeto inclui:
✅ Duplicação de 114 km entre Presidente Médici e Jaru
✅ 200 km de faixas adicionais
✅ 20 passarelas de pedestres
✅ 19 km de vias marginais
Os eventos climáticos, que começam a impactar diretamente a malha rodoviária brasileira devido à falta de melhorias, foram um dos principais pontos debatidos antes do leilão na B3. Do ponto de vista dos representantes dos órgãos ligados à pasta dos transportes, obras dessa magnitude precisam ser vistas como prioridade nacional, independentemente de questões políticas.
“Todos estamos alinhados com a pauta ambiental, mas há deficiências que precisam ser superadas com urgência, a partir da produção de insumos. Caso contrário, estaremos submetidos não apenas a eventos climáticos isolados, mas a tendências científicas absolutamente consolidadas, que exigem novas formas de organização e resposta”, explicou o subsecretário de Sustentabilidade, Clóvis Benevides.