Das mais de 80 famílias expulsas do rio Mamu na Bolívia, 25 famílias foram assentadas no PAF Jequitibá no Município de Candeias do Jamari no Estado de Rondônia a partir de 2013. Os assentados não receberam casas e ficaram alojados em barracas montadas pela Defesa Civil. A Organização Internacional de Migrações – OIM, disponibilizou cestas básicas e algumas ferramentas de trabalho, enquanto os assentados iniciaram a escavação do tradicional poço amazônico em busca de água.
O assentamento nasceu condenado ao malogro e na mendacidade do discurso tecnocrata. Os brasivianos foram obliterados pela ineficiência da máquina estatal. Diante da extrema humilhação em decorrência da perniciosidade da desonra pública, os assentados oriundos de uma fronteira bélica e ao mesmo tempo lutulenta, foram aos poucos sendo postergados e suprimidos por um estado de miserabilidade humana.
A chegada dos brasivianos no Assentamento Jequitibá tornou-se uma situação lamentável. Os assentados tiveram que construir às duras penas suas próprias casas se quisessem continuar fixados na terra.
Um Estado nacional tacanho e tácito fez com que os extrativistas desistissem da terra, que sem nenhuma assistência governamental retornaram aos seus casebres improvisados ou emprestados de parentes no distrito de Extrema, na mesma fronteira onde se instalaram após a expulsão do rio Mamu.
Os viveres da floresta pandina boliviana com suas singularidades e pluralidades da Amazônia boliviana foram substituídos por uma vida de hostilidade horripilante.
O inefável hibridismo amazônico onde os brasivianos tornaram-se entrelaçados e imbricados na sua relação natural com a terra ficou marcado no imaginário social de uma coletividade que diante do mais cruel impropério viu uma vida inteira desabar e ser transformada na mais fútil mendicância.