Os migrantes chegaram aos seringais amazônicos carregados de pertencimentos atrelados à cotidianidade da caatinga do sertão nordestino. Um conjunto de valores que também foram migrados na impregnação da alma do ser do ente do sertão. Mas como a identidade não é estática, ela flui, tornando-se dinâmica e sendo transformada no espaço de ação do ente. A identidade sertaneja seria a partir daquele momento metamorfoseada na identidade seringueira brasiviana. Este secular imbricamento seria no espaço e tempo originado no rio Mamu.
O rio Mamu possui uma diversidade de extensos seringais na região pandina boliviana, desde sua nascente no Município de Santa Rosa Del Abuná na província de Abuná, até a sua foz, no Município de Santos mercado na província de Federico Román.
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Partindo da sua foz, iremos encontrar o primeiro seringal do Mamu: O seringal Carolinda, que foi abandonado por uma família de brasileiros que ali residiam. Dona Maria, como era conhecida pelos demais seringueiros, voltou ao Brasil em busca de terra no seu próprio país, e hoje se encontra morando num assentamento no Sul de Lábrea.
Em seguida, e continuando a percorrer o rio Mamu, iremos chegar ao seringal Pedro Porto. Logo adiante avistaremos outros grandes seringais localizados às margens do rio Mamu: o seringal Cumaru; a colocação Passarinho; o seringal Barca Farol; o seringal Bacaba; o seringal Santa Rita e mais adiante os seringais Palmares e Pedra Chorona, localizado na comunidade Puerto Bolivar.
Outros antigos seringais do rio Mamu também embelezam as suas águas, como veremos nas denominações a seguir: Santo Antônio, Baixa Verde, Arraial, Cachoeirinha, Providência, Tabocal, Cabeluda, Barro Alto, Saúbal, Onça, Castanheira, Companhia, Primavera, Buriti, Porto Barba, Casa de Barro, Palmares II e Mapiri.
Logo acima do seringal Mapiri, o rio Mamu recebe as águas do Igarapé Todos os Santos, e após o Mapiri, virão os seringais Potossi e Jerusalém, que já ficam localizados nas proximidades de sua nascente.
Depois de Potossi e Jerusalém encontra-se uma região pantanosa não navegável, onde predomina uma extensa área composta principalmente da Palmeira Buriti. Depois desta área pantanosa encontra-se uma pequena comunidade denominada Teduzara que fica localizada às margens do rio Orthon.