Autor: Marquelino Santana
Na abjeção aviltante ao ato de ser, o homem na sua repulsa e abrutamento, faz com que a fabulosa mata, perda a sua estesiante e fascinante volúpia original dos sentidos.
A marca aviltante da brutalidade, a altercação alcantilada da armadilha e a soberba e arrogância da ignorância em ascensão, resultam assuadamente no ápice obscuro da desordem e do conflito.
Cada árvore que tomba, a humanidade perde uma vida, e cada caule que sangra, as águas perdem a sua original tonalidade azul – verdejante ou amarelada.
Os povos originais e tradicionais da floresta são de forma beligerante arrebatados pelo rancor e pelo ódio profundo. Nesta aversão e antipatia fútil e grosseira, fica deflagrado um verdadeiro estado de guerra, enquanto a virtuosidade humana entra exauridamente em derrocada.
O escárnio espoliante de uma sociedade envolvente facínora, faz com o deslumbramento de uma natureza ornada de flores, saia de sua suntuosa generosidade e padeça diante da ganância e desbrio da natureza humana.
Marquelino Santana é doutor em geografia, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas, Modos de Vida e Culturas Amazônicas – Gepcultura/Unir e pesquisador do grupo de pesquisa Geografia Política, Território, Poder e Conflito da Universidade Estadual de Londrina.