Autor: Marquelino Santana
Visivelmente vulneráveis à truculência humana, muitos jovens são submetidos de forma tacanha a uma sociedade tácita, subserviente e violenta. Os seus passos fragilizados pela dor são recrudescidos pela fome e prevaricação de um status quo pugnaz e petulante.
Sem as forças da obstinação, perseverança e tenacidade, crianças e adolescentes são sucumbidos por um mundo perpétuo de perniciosidade social e excludente.
Diante de um falso juramento, o discurso persuasivo e insolente, domina, cala e condena uma juventude próspera na armadilha do cadafalso e na extrema humilhação da desonra pública. Neste opróbrio que oblitera e mata, o mundo dos jovens torna-se caduco e obsoleto, enquanto os degraus da vida são exterminados pela mendicância e miserabilidade humana do martírio social.
A vida em malogro esmaece lutulenta e sem luzeiro, a inépcia pública gera desgraça e infelicidade, e nesta indigência e incúria, uma juventude inefável tomba ao chão de forma indelével e arbitrariamente inóspita.
Nesta inocuidade insidiosa da desonra e do desmazelo imprudente que destruiu o lar, a miséria tornou-se costumeira, e neste impropério social malevolente, a família não resistiu à hostilização arrepiante do cotidiano e foi condenada à flagelação exacerbada da morte em vida.
Marquelino Santana é doutor em geografia, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas, Modos de Vida e Culturas Amazônicas – Gepcultura/UNIR e pesquisador do grupo de pesquisa Geografia Política, Território, Poder e Conflito da Universidade Estadual de Londrina – UEL.