Três linhagens do novo coronavírus, (Sars-CoV-2), causador da doença Covid-19 já estão presentes no estado de Rondônia. A declaração foi feita está semana por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Rondônia durante uma live para os rondonienses. A comprovação ocorreu, após analises de coletas realizadas, em diferentes pacientes que acusaram a doença nos municípios do interior, e da capital, Porto Velho.
A pesquisadora e virologista em Saúde Pública da Fiocruz/RO, destacou que a “cada mudança do vírus, são geradas novas linhagens, o que justifica a necessidade de novos estudos para uma melhor compreensão dos fatores clínicos e epidemiológicos relacionados à doença”.
Segundo a pesquisadora, Deusilene Souza Vieira Dall'Acqua a partir de isolados virais feitos em dezembro de 2020 e janeiro deste ano, a vigilância genômica de Sars-CoV-2 no estado foi possível identificar as seguintes linhagens do vírus: B.1.1.33 [este já identificada em todos os continentes e mais comum na América do Sul]; B.1.1.28 [esse é de fato mais comum no Brasil e localizado em outros lugares do mundo]. Além desses, existe o P.2 [variante que foi descrita a primeira vez no estado do Rio de Janeiro, e já identificada também em outras localidades do país].
Por enquanto, segundo a pesquisa é cedo para afirmar que essas novas variantes do novo coronavírus, rastreadas em Rondônia, possam ser mais contagiosas, e de alguma forma mais agressivas, como por exemplo, relacioná-las ao “aumento no número de registros do vírus e mortes”.
Na quarta-feira (10), Rondônia, segundo boletim da Agencia Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), contabilizou 42 mortes pela Covid-19, um recorde desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao estado em março de 2020.
O infectologista, Juan Miguel Villa-Lobos Salcedo destacou que a principal característica achada, a partir das análises, foi o alto potencial de transmissão do vírus, e desta vez com ataque aos mais novos, como os jovens e adolescentes. “Quanto mais casos ativos tivermos em uma população, mais chances nós temos de propagar a doença e, consequentemente, mais possibilidades teremos de provocar novas mutações do vírus”, lembra.
Três linhagens do Sars-CoV-2 são apontadas como de grande importância epidemiológica. São eles: B1.1.7, encontrado no Reio Unido; B.1.351, encontrado na África do Sul e o P.1 ou B1.1.28.1 identificado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia. Essas três variantes são classificas como de alto poder de transmissão. Ainda é desconhecida a presença da variante P.1 do novo coronavírus encontrada no Amazonas em território rondoniense.
Os pesquisadores foram enfáticos ao afirmarem, que as medidas de segurança, como o distanciamento social, e isolamento devem ser ampliadas.
Com informações do site Ac-24 horas.