As pesquisas em torno da nova [variante do coronavírus – SarsCoV-2] ainda estão longe do final, mas os pesquisadores já apresentam balanço do que essa nova linhagem pode ser capaz com uma população e seus governantes que insistirem em desrespeitar a doença.
Estudos realizados pelo pesquisador Felipe Naveca, da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz), apontam que a P.1 é a variante do coronavírus dominante e que ela circula atualmente no Estado do Amazonas, mas já começa a se espalhar por estados próximos, como é o caso de Rondônia.
O virologista não tem dúvida de que a explosão de casos da Covid-19, em solo amazonense, está ligada à mutação genética do vírus Sars-CoV-2 “A P.1 possui uma série de mutações que ainda não tinham sido encontradas. Algumas delas apresentam uma mutação na proteína Spike, que realiza uma interação inicial com a célula humana, o que tem chamado a nossa atenção”, revela o pesquisador.
De acordo com o pesquisador, o vírus encontrado no Amazonas acumulou diversas mutações rapidamente. Para o pesquisador essa rapidez da P.1 na sua mutação é algo para se preocupar. Naveca explica que, os estudos sugerem que o vírus encontrou uma melhor adaptação tornando-o, uma linhagem mais transmissível para a população local. “O fato de ela ter sido encontrada nessa frequência e apresentar essas mutações, nos sugere que a linhagem é mais transmissível”, destaca.
Para o pesquisador, “as mutações ocorreram durante novembro e dezembro, justamente na temporada das doenças respiratórias no Amazonas, quando a incidência do [vírus influenza] aumenta. Associado a isso, o pesquisador diz está à variante e o distanciamento social”, informa.
Quanto ao seu alto poder de transmissão, o pesquisador lembra que isso estará ligado nas semelhanças da variante encontrada no Amazonas, com os vírus achados na África do Sul e no Reino Unido. Porém a cepa encontrada em Manaus tem muito mais mutações do que todas as outras, além disso, algumas dessas mutações já foram estudadas e que podem “fugir” de anticorpos produzidos pelo primeiro vírus detectados anteriormente.
Durante uma transmissão, com diversas autoridades no Palácio Pacaás Novos em Porto Velho, a virologista da Fundação Oswaldo Cruz Rondônia, Deusilene Souza, declarou que a nova variante do vírus já circula no Estado.