A primeira onda da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020 ainda era presente no território brasileiro, quando a segunda, agora bem mais terminal se tornava presente. Manaus no Amazonas foi o retrato de um Brasil em que a saúde pública colapsou de verdade.
O dia 14 de janeiro promete ficar na história, quando pessoas morreram nas unidades de saúde, nas portas de hospitais e em casa por falta de oxigênio, asfixiadas. Respirar em paz é o que o brasileiro e o mundo aguardam. Porém, o novo coronavírus resiste e não tem dado trégua ao planeta.
Os mesmos cientistas que publicaram o alerta da segunda onda de casos da Covid-19, em agosto, são novamente os mensageiros de outro aviso e desta vez bem mais grave.
O governo amazonense deve com urgência decretar lockdown, com isolamento de preferência 90% da população, além disso, a vacinação tem que ocorrer em massa e rapidamente. De acordo com o grupo de cientistas, caso o governo não siga o aviso, a doença existente hoje no Amazonas vai causar uma grave crise sanitária, em todo o território nacional.
“Para os cientistas, sem um isolamento rigoroso, Manaus deverá enfrentar uma terceira onda de registros do novo coronavírus ainda em 2021”.
Para os cientistas, a polícia deve agir de forma mais enérgica, e o governo de desistir de autorizar o retorno das aulas presenciais para qualquer local do Brasil, principalmente para que seja impedido com que a nova variante do novo coronavírus encontrada no Amazonas ganhe espaço.
O biólogo e doutorando do Programa de Biologia do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), Lucas Ferrantes, informa que o grupo de cientistas do qual ele faz parte recomendou aos governantes “o fechamento das fabricas e do Distrito Industrial em Manaus. Segundo o biólogo, as empresas podem parar sem quebrar e sem deixar de pagar os funcionários”, destaca.
Segundo o biólogo, não existe lockdown em Manaus atualmente, mas apenas um “isolamento parcial”. Para o estudioso, “uma reabertura do comércio mesmo que gradual, proporcionaria um cenário de resistência da pandemia, e um ritmo de casos e mortes altos durante este ano e entrando 2022”, informa Ferrante.
O Grupo de cientistas formado por profissionais de diversas áreas, vão publicar nos próximos dias, as projeções em torno da doença para o ano de 2021. Lucas Ferrante lembra que essa segunda onda da Covid-19 não tem interferência com a nova linhagem da cepa descoberta em Manaus e no interior, com similaridade da encontrada na [África do Sul e no Reino Unido].
Lucas explica que a situação em Manaus, como a segunda onda da pandemia foi “fruto de negligência do governador Wilson Lima (PSC) e do prefeito David Almeida (Avante) que insistiram em não acionar um lockdown no ano passado”.