Porto Velho, RONDÔNIA – Com agenda estabelecida para ser cumprida até o final deste ano, em Brasília, dirigentes do Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros da Amazônia (SINDSBOR), estudam a possibilidade de intensificar a pressão ao governo federal para que direitos da categoria sejam mantidos e ampliados a partir de 2019.
Uma das propostas a ser levada ao Congresso e aos Ministérios, ainda no governo Michel Temer, é a revisão da medida que autorizou apenas o pagamento de dois salários mínimos. Enquanto isso, não-combatentes que não foram ao Front (frente de batalha) nem vieram extrair o látex dos seringais da Amazônia, por ordem de Getúlio, na condição de convocados e recrutados, “percebem como soldos até R$ 11.200 mil”, atesta José Romão Grande, 96 anos, presidente do SINDSBOR.
Estão nessa folha de pagamento considerada de caráter especial, “todos os militares da ativa e da intendência que atuaram no período da Segunda Guerra (1939-45), entre os eles, os alfaiates militares e Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB)”, revelou Romão Grande.
Pesquisa da entidade junto aos órgãos de controle da União atesta que, com soldos acima de R$ 11 mil, os ex-cambatentes que não foram aos campos de batalha da Itália (Monte Castello, Castellonuovo-Soprasasso, Montese e Fornovo Di Faro), “foram beneficiados por legislação excepcional”.
Por outro lado, os participantes do Grande Conflito na Amazônia (soldados da borracha e seringueiros nativos convocados e recrutados por Getúlio Vargas), almejam o sonho de um dia terem seus direitos reconhecidos e em Brasília, diz José Romão Grande, “faremos esse apelo ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que corrija em vida tamanha injustiça”.
Em linhas gerais, com dois salários mínios como “soldos” pagos pela Previdência Social, soldados da borracha e seringueiros afirmam, contudo, que, “a sobrevivência tornou-se uma grande incógnita desde o fim da Grande Guerra”. Segundo Romão Grande, “tivemos, a triste notícia de que os recursos da previdência militar são maiores que os do Programa Bolsa Família”.
– E que o presidente Michel Temer, ao deixar os militares fora da Reforma da Previdência, faça a correção dos valores pagos a nós, contemplando-nos com a equiparação já dada aos ex-combatentes, finalizou o presidente do SINDSBOR, José Romão Grande.