A União Europeia (UE) chegou a um acordo nesta quarta-feira (10 de dezembro) para estabelecer uma meta climática de redução das emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é reduzir as emissões em 90% em relação aos níveis registrados em 1990, com prazo final até 2040.
O acordo foi alcançado por negociadores dos países da UE e do Parlamento Europeu durante a madrugada. A meta será atingida com uma redução de 85% das emissões pelas indústrias europeias. O restante será compensado por meio da compra de créditos de carbono estrangeiros para cobrir 5% dos cortes de emissões.
Compensação e alcance global
Na prática, a UE irá pagar a países em desenvolvimento para que cortem emissões em nome da Europa, compensando os 5% restantes. O bloco também concordou em considerar no futuro a opção de usar créditos de carbono internacionais para cumprir mais 5% de suas reduções até 2040.
Embora o novo objetivo da UE vá além das promessas da maioria das grandes economias globais, incluindo a China, ele ficou aquém do recomendado pelos consultores de ciência climática do bloco. Além disso, a meta climática acordada é mais fraca do que o plano original proposto por Bruxelas.
O ministro dinamarquês do Clima, Lars Aagaard, que negociou o acordo em nome dos governos da UE, afirmou que a meta “atende à necessidade de ação climática e, ao mesmo tempo, salvaguarda nossa competitividade e segurança”.
Compromisso político e divergências
A meta representa um compromisso político após meses de negociações e foi projetada para manter a Europa no caminho de seu objetivo final de ter emissões líquidas zero até 2050.
Houve divergência entre os governos do bloco sobre a velocidade e o custo da agenda verde. Países como Polônia, Eslováquia e Hungria se opuseram a cortes mais profundos de CO2. Eles alegaram que as medidas seriam rigorosas demais para as indústrias que já enfrentam altos custos de energia, tarifas dos EUA e importações mais baratas da China.
Por outro lado, membros como Holanda, Espanha e Suécia defendiam uma meta mais alta. Eles citaram o agravamento de eventos climáticos extremos e a necessidade de competir com a China na fabricação de tecnologia verde. O Parlamento e os países do bloco ainda precisam aprovar a meta final para que ela se torne lei, o que geralmente é uma formalidade.











































