O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel pretende assumir o controle de Gaza militarmente. Em entrevista à Fox News, nesta quinta-feira (7), Netanyahu disse que a intenção é criar um “perímetro de segurança”, não governar o território. Ele sugeriu entregar o controle para “forças árabes”, mas não deu detalhes.
A declaração de Netanyahu foi feita em Washington, pouco antes de uma reunião com ministros para discutir planos de expansão militar em Gaza. A ideia reverteria a decisão de 2005, quando Israel retirou soldados e civis da Faixa, mas manteve o controle de suas fronteiras e espaço aéreo.
Repercussão e Críticas
Os comentários geraram forte reação. O Hamas chamou os planos de um “golpe flagrante” contra o processo de negociação e acusou Netanyahu de querer “sacrificar” os reféns.
Em Jerusalém, centenas de manifestantes protestaram contra a ideia de uma guerra ampliada, exigindo o fim imediato do conflito para a libertação dos reféns. O Fórum das Famílias dos Reféns também pediu ao chefe do Estado-Maior militar que se oponha à ampliação da guerra. Uma moradora de Gaza, Aya Mohammad, descreveu a situação como de “dignidade destruída” devido aos múltiplos deslocamentos.
Contexto e Cenários
A guerra começou com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 reféns. Desde então, mais de 61.000 palestinos foram mortos. Atualmente, 50 reféns ainda são mantidos em Gaza. As negociações de cessar-fogo fracassaram em julho.
O plano de expandir o controle de Gaza enfrenta pressão internacional e divisões internas no governo de Netanyahu, com alguns aliados da extrema-direita defendendo a ocupação total.