A China exigiu nesta quinta-feira (22) uma investigação completa sobre o incidente em que soldados israelenses dispararam contra uma delegação diplomática na cidade de Jenin, na Cisjordânia, e pediu medidas para evitar que situação se repita.
“Estamos atentos ao incidente. Fazemos oposição firme a qualquer ação que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e exigimos investigação completa para evitar a repetição desses acontecimentos”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.
Em entrevista, Mao apelou a todas as partes, e em especial a Israel, para que “evitem quaisquer ações que possam provocar uma escalada das tensões” na região.
“A situação na Jordânia e na Cisjordânia tem sido tensa há algum tempo”, afirmou.
A declaração de Pequim surge um dia depois de o Exército israelense ter disparado tiros de aviso contra uma delegação diplomática composta por representantes de 24 países.
De acordo com lista divulgada pela agência de notícias EFE, a delegação incluía representantes do Gabinete da União Europeia (UE) e de 14 países da UE: Portugal, Áustria, Irlanda, Espanha, Lituânia, Polónia, Roménia, França, Holanda, Finlândia, Itália, Alemanha, Dinamarca e Bélgica.
Representantes do Canadá, Reino Unido, México e Uruguai, bem como da Jordânia, do Marrocos, da Turquia e do Egito, também integravam a delegação. Havia ainda diplomatas da China e do Japão.
Representantes do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, também participaram da visita.
O grupo diplomático, convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da Palestina, fazia uma visita para “observar as condições humanitárias e os crimes e violações cometidos pelas forças de ocupação na área”, informou fonte palestina.
Vídeos do incidente, partilhados por diplomatas palestinos, mostram soldados israelenses apontando armas e a atirar na direção do grupo.
O Exército israelense acusou a delegação diplomática de “se desviar da rota aprovada” e, por isso, decidiram disparar tiros de “advertência”.
“As IDF [Forças de Defesa de Israel] lamentam o inconveniente causado”, disseram as forças israelenses em comunicado, acrescentando que ninguém ficou ferido no incidente, que ocorreu em uma “zona de combate ativa”.