O cinema em 2025 foi marcado por grandes estreias — e por decepções igualmente grandes. Algumas das produções mais esperadas do ano, incluindo franquias consagradas e cinebiografias ambiciosas, acabaram se transformando em fracassos de bilheteria e alvo de críticas severas, expondo uma crise de confiança entre público, estúdios e narrativas que já não entregam o prometido.
Mesmo histórias com orçamentos milionários e forte apelo de marketing não resistiram às expectativas. Polêmicas, estratégias equivocadas, uso excessivo de CGI e disputas em redes sociais impactaram diretamente o desempenho das produções. A palavra-chave fracassos do cinema ecoou ao longo de 2025, simbolizando um ano que ficará marcado pelo descompasso entre hype e resultado.
Branca de Neve lidera a lista das decepções. O live-action da Disney, orçado em US$ 250 milhões, arrecadou apenas US$ 205 milhões, além de enfrentar polêmicas desde antes da estreia. Decisões criativas foram contestadas, como o uso de CGI para representar os sete anões e a escalação de Rachel Zegler, que gerou debates acalorados nas redes. O longa registrou 39% no Rotten Tomatoes e sofreu review bombing, tornando-se um dos maiores fracassos do cinema recente.
No drama esportivo Coração de Lutador: The Smashing Machine, estrelado por Dwayne Johnson, o fracasso foi estritamente financeiro. Mesmo com 71% de aprovação da crítica, o longa registrou apenas US$ 6,1 milhões, contra um orçamento de US$ 50 milhões. Já Nas Terras Perdidas, escrito por George R.R. Martin e estrelado por Milla Jovovich, naufragou em todos os aspectos: apenas 24% de aprovação e US$ 5 milhões arrecadados, muito abaixo dos US$ 55 milhões investidos.
Outro caso emblemático foi Christy, cinebiografia da boxeadora Christy Martin. Apesar de aprovação crítica mediana (66%), a estreia sofreu com a má repercussão envolvendo a atriz Sydney Sweeney, acusada de associar-se a discursos eugenistas ao participar de uma campanha publicitária polêmica. A controvérsia afastou público e afetou diretamente a bilheteria, reforçando como fatores externos podem transformar uma produção em um dos fracassos do cinema.
Nem mesmo os heróis da Marvel escaparam. Capitão América: Admirável Mundo Novo, primeiro da franquia com Sam Wilson (Anthony Mackie) no manto do herói, arrecadou US$ 415 milhões mundialmente — número alto isoladamente, mas decepcionante para o padrão Marvel. A recepção crítica, com 46% no Rotten Tomatoes, colocou o filme entre os piores do estúdio, sinalizando fadiga criativa e desgaste do universo cinematográfico.
O retorno da franquia Tron com Tron: Ares também não convenceu. Mesmo com elenco estrelado, como Jared Leto e Greta Lee, o filme rendeu US$ 142 milhões, abaixo dos US$ 180 milhões investidos, enquanto Elio, da Pixar, provou que aprovação crítica não garante sucesso: 83% no Rotten Tomatoes e apenas US$ 154 milhões de bilheteria para um orçamento quase equivalente.
No terror, Five Nights at Freddy’s 2 mostrou que nem toda sequência se sustenta: 16% de aprovação, críticas à falta de inovação e um público dividido entre nostalgia e frustração. E fechando a lista, The Electric State, dos irmãos Russo, sintetizou o drama da temporada: US$ 320 milhões de orçamento, estreia exclusiva na Netflix e apenas 14% de aprovação crítica, consolidando-se entre os piores fracassos do cinema no ano.
Entre apostas ambiciosas, decisões questionáveis e um cenário de transformação nas preferências do público, 2025 mostrou que nenhum estúdio é intocável — e que grandes marcas, por si só, não garantem sucesso. O desafio agora é reconstruir a relação com o espectador, repensando modelos, narrativas e expectativas.











































