Já aclamado e premiado pelos festivais por onde passou, o esperado “Mussum, o Filmis” chega aos cinemas de todo o país nesta quinta-feira (2/11). Baseado na biografia “Mussum — Uma História de Humor e Samba”, de Juliano Barreto, o longa-metragem apresenta a trajetória do amado trapalhão desde a infância com a mãe solteira e a irmã caçula no Morro da Cachoeirinha, no Rio de Janeiro, até se tornar um dos ícones da televisão brasileira ao lado de Dedé Santana, Didi e Zacarias.
Com direção de Silvio Guindane, a produção mostra todas as fases da carreira do homenageado, desde seu início no grupo Originais do Samba e o nascimento do apelido Mussum (dado por Grande Otelo), passando pela estreia como humorista na “Escolinha do Professor Raimundo”, de Chico Anysio, até o auge no programa “Os Trapalhões”. Contudo, é na exploração da vida pessoal e familiar de Antônio Carlos Bernardes Gomes, especialmente na relação devotada com sua mãe, Malvina, que o filme conquista corações. A obra retrata, por exemplo, o momento em que Mussum, com apenas 9 anos, ensinou a mãe a ler e escrever, cena emocionante interpretada por Cacau Protásio e Tawan Lucas.
As atuações de Neusa Borges e Aílton Graça, vivendo mãe e filho na fase adulta, são destacadas pela sua química e emoção palpável. A entrega e o mergulho de Graça no papel são particularmente notáveis, oferecendo uma interpretação do artista impressionante na semelhança, porém livre de estereótipos. “Mussum, o Filmis” também acerta na abordagem de temas como racismo e elitismo, tratados de forma sutil e humorística, remetendo ao estilo leve do próprio Mussum ao lidar com questões delicadas.
O filme demonstra um entrosamento impecável da equipe, visível na caracterização, atuação e montagem final. Premiado com seis Kikitos durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, incluindo Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Ator para Aílton Graça, “Mussum, o Filmis” é um tributo digno de uma lenda do humor brasileiro.
Com informações: Metrópoles.