O VI Congresso Internacional de DHJUS iniciou suas atividades nesta segunda-feira (17/11) no auditório do edifício-sede do Ministério Público de Rondônia (MPRO), em Porto Velho, com o propósito de impulsionar a Amazônia como centro de produção científica nas áreas de Direitos Humanos, Justiça e Desenvolvimento Sustentável. O evento segue até quinta-feira (19/11).
A abertura contou com a exposição de mais de 200 artigos científicos, marco que reforça o crescimento da pesquisa voltada à realidade amazônica e a consolidação da região como referência no debate acadêmico contemporâneo. O congresso é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça (DHJUS) da UNIR, em parceria com a Escola Superior do MPRO (Empro) e instituições do sistema de Justiça.
Colóquio discute epistemologias críticas e produção de conhecimento
A primeira atividade da programação foi o colóquio “Metodologias, Epistemologias Críticas e Produção de Conhecimento”, apresentado pelos professores doutores Rodolfo de Freitas Jacarandá e Aparecida Luzia Alzira Zuin, coordenadora-geral do congresso.
Zuin destacou a importância de pensar a pesquisa amazônica sob uma perspectiva decolonial, questionando práticas tradicionais da ciência e valorizando saberes historicamente marginalizados. Ela ressaltou a necessidade de romper fronteiras disciplinares e construir métodos capazes de responder a problemas complexos ligados aos direitos humanos e à realidade regional.
A coordenadora também celebrou a submissão de 269 artigos, volume que, segundo ela, demonstra o movimento da Amazônia rumo ao “centro do conhecimento”.
Em sua fala, Jacarandá abordou temas como pensamento crítico e epistemologia do Sul Global, trazendo reflexões sobre a construção do conhecimento em uma perspectiva interdisciplinar.
Painel debate inclusão na educação, saúde e trabalho
Ainda pela manhã, o congresso apresentou o painel “Luta Anticapacitista na Amazônia: Educação, Saúde e Trabalho”, coordenado pela procuradora do Trabalho Camilla Holanda Mendes Rocha.
Participaram como painelistas:
- Flávia Albaine Farias da Costa, defensora pública em Rondônia;
- Flávia Barbosa Shimizu Mazzini, promotora de Justiça do MPRO;
- Luciana Ondei Rodrigues Silva, promotora de Justiça do MPRO.
As falas destacaram desafios da educação inclusiva e da garantia de direitos para pessoas com deficiência na região.
Flávia Barbosa apresentou dados de sua pesquisa sobre a falta de integração entre Saúde e Educação em Porto Velho, que afeta diretamente crianças neurodivergentes. Segundo o levantamento, 36,47% dos estudantes na fila da neuropediatria em 2024 tinham queixas de rendimento escolar.
Luciana Ondei discutiu avanços e desafios da educação inclusiva em Rondônia, destacando a presença de mais de 16 mil estudantes com deficiência na rede pública e a necessidade de eliminar barreiras estruturais para garantir acesso pleno ao ensino regular.
A defensora Flávia Albaine trouxe reflexões sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ela citou estudos que apontam um índice de apenas 2% de empregabilidade formal no Brasil, contrastando com países em que o índice chega a 45%, e destacou a persistência de barreiras sociais e estruturais.











































