A Polícia Federal ouve, nesta terça-feira (30), três nomes centrais na investigação sobre a fraude bilionária envolvendo o Banco Master: o proprietário da instituição, Daniel Vorcaro; o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa; e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. Os depoimentos serão prestados no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das 14h, em Brasília.
As oitivas integram um inquérito que apura as negociações de venda do Banco Master ao BRB, interrompidas após o Banco Central decretar a falência extrajudicial do Master. A proposta de compra, anunciada no início de 2025 por cerca de R$ 2 bilhões, gerou questionamentos pela falta de segurança financeira da operação. À época, o valor representava 75% do patrimônio divulgado pelo Master.
A investigação aponta suspeitas de créditos forjados, referentes a operações que podem chegar a R$ 17 bilhões em títulos falsos. O caso motivou a Operação Compliance Zero, deflagrada em novembro, que teve Vorcaro e Paulo Henrique Costa como alvos. O ex-presidente do BRB foi afastado do cargo por decisão judicial.
O ministro do STF Dias Toffoli, responsável pelo inquérito, determinou a realização dos depoimentos individualmente, deixando uma eventual acareação condicionada à avaliação da PF. Segundo Toffoli, o depoimento do diretor do Banco Central, embora não seja investigado, é de “especial relevância” por esclarecer o papel da instituição na fiscalização do sistema financeiro.
A investigação aponta que a fraude envolvia a criação de operações de crédito simuladas, posteriormente negociadas com outras instituições. Após validação contábil, os bancos substituíam os títulos irregulares por outros ativos, sem a devida avaliação técnica. O Banco Master aparece como o principal alvo do processo, que segue sob sigilo.
A defesa de Daniel Vorcaro e de Paulo Henrique Costa informou que não irá se manifestar antes das oitivas. O Banco Central também não comentou o assunto. Em nota, o BRB declarou que atua “em conformidade com normas de compliance e transparência” e tem prestado informações aos órgãos competentes.











































