O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em reunião extraordinária nesta sexta-feira (19), a regulamentação de uma linha de financiamento de até R$ 6 bilhões para a compra de caminhões novos e seminovos. A medida tem como foco a renovação sustentável da frota nacional e permite que os bancos passem a oferecer o crédito ao mercado.
A regulamentação viabiliza a execução da linha criada pela Medida Provisória nº 1.328, publicada no Diário Oficial da União na terça-feira (16). A iniciativa surge em meio à necessidade de modernizar uma frota considerada envelhecida, com reflexos diretos sobre custos logísticos, segurança nas estradas e emissões de poluentes.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o programa também busca reagir à queda na produção e nas vendas de caminhões ao longo de 2025, oferecendo estímulo ao setor sem gerar impacto fiscal primário. Os financiamentos são reembolsáveis, não contam com garantia da União e têm risco de crédito assumido pelas instituições financeiras participantes.
A linha contará com até R$ 6 bilhões, somando recursos autorizados pela medida provisória e verbas próprias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor máximo de financiamento será de R$ 50 milhões por mutuário.
O crédito poderá ser solicitado por transportadoras, frotistas, motoristas autônomos e empresas interessadas na aquisição de caminhões novos ou seminovos. A operação será feita exclusivamente na modalidade indireta, ou seja, por meio de bancos e instituições financeiras credenciadas pelo BNDES, responsáveis pela análise e concessão do financiamento.
Entre as condições definidas pelo CMN, o prazo de reembolso pode chegar a 60 meses, com carência de até seis meses para o pagamento da primeira parcela. Durante o período de carência, não será permitida a capitalização de juros. Os pedidos poderão ser protocolados até 30 de junho de 2026, e a resolução entra em vigor nesta sexta-feira.
O programa prevê ainda condições mais favoráveis de juros para caminhões movidos a eletricidade ou biometano. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, esses veículos costumam ter custo mais elevado do que os modelos a diesel, o que justifica o incentivo.
Segundo o governo federal, a nova linha de crédito tem como objetivos reduzir a idade média da frota, aumentar a eficiência logística, diminuir custos operacionais, melhorar a segurança viária e mitigar impactos ambientais. Com a regulamentação aprovada, a expectativa é que os financiamentos passem a ser oferecidos pelas instituições credenciadas nos próximos meses.










































