O open finance, sistema que permite o compartilhamento de dados entre diferentes instituições financeiras, completou cinco anos. Embora esteja cada vez mais presente no dia a dia dos consumidores, como no Pix por aproximação, o principal desafio agora é aumentar a adesão das empresas.
O sistema já é fundamental para o Pix automático, que substitui o boleto, e facilita a consulta de saldos em diversas contas e a oferta de crédito com juros mais baixos. No entanto, sua expansão entre as pessoas jurídicas ainda enfrenta obstáculos. A Associação Open Finance Brasil (AOF) registrou mais de 40 milhões de consentimentos de pessoas físicas em 2024, mas apenas cerca de 400 mil de empresas.
Obstáculos e Soluções
Segundo Jonatas Giovinazzo, diretor-presidente da Init, os entraves para as empresas são principalmente burocráticos e tecnológicos. A dificuldade de padronizar a identificação de pagamentos em múltiplas contas e a definição de quem pode dar o consentimento na empresa são alguns dos problemas. Outro desafio, de acordo com Gustavo Lino, diretor executivo da Init, é elevar a taxa de sucesso das transações, que atualmente fica entre 50% e 60%, para um nível comparável ao de cartões de crédito.
Para superar esses gargalos, a Associação Open Finance e o Banco Central discutem a possibilidade de processar o Pix das empresas em lotes, o que facilitaria a adesão de médias e grandes corporações. Gustavo Lino destaca que, apesar dos obstáculos, o open finance representa uma grande oportunidade para pequenas e médias empresas, que ganham mais poder de negociação para conseguir crédito.
Próximos Passos
O Banco Central tem planos de lançar a portabilidade de crédito por meio do open finance em fevereiro de 2026. A funcionalidade permitirá aos clientes transferir operações de crédito entre bancos de forma mais simples e eficiente, aproveitando o compartilhamento de dados. A expectativa é que essa novidade se estenda, futuramente, também ao crédito consignado.