Em discurso de improviso a empresários brasileiros e americanos, em Washington, o presidente Jair Bolsonaro acusou os governos de seus antecessores de tratar os Estados Unidos como “inimigos” e afirmou que sua administração será marcada por “laços de amizade e negociações” com esse país. Segundo o presidente, ambos os governos poderão se engajar em discussões de acordos sobre “mineralogia”, agricultura e biodiversidade.
Bolsonaro se reunirá com o presidente americano, Donald Trump, na manhã de terça-feira 19, na Casa Branca. No discurso, antecipou elogios ao país de destino de sua primeira visita oficial, dizendo “admirar” os Estados Unidos e considerá-los “inspiradores” para o Brasil. Ele disse que “estenderá as mãos para parcerias” com o governo americano.
“Pensamos em um Brasil grande, assim como Trump quer os Estados Unidos grandes”, afirmou, mencionando como exemplo de parceria dessa nova fase da relação bilateral o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, assinado pouco antes entre os dois países.
Em uma tentativa de aproximação, o brasileiro mencionou ter conhecido Trump durante as primárias do Partido Republicano, em 2016, quando o então candidato sofria os “ataques da mídia, as fake news“. Alegou também ter sofrido agressões semelhantes em sua campanha, na qual teria gastado “menos de 1 milhão de dólares”. Admitiu ainda que “só arranjamos um partido seis meses antes da eleição” de outubro passado, em referência ao PSL, considerado legenda de aluguel.
Bolsonaro também afirmou que conta com o apoio e capacidade bélica de Washington para ‘libertar o povo’ da Venezuela: “Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo, obviamente, a capacidade econômica, bélica, entre outras, dos Estados Unidos. Temos que resolver a questão da nossa Venezuela. A Venezuela não pode continuar da maneira como se encontra. Aquele povo tem que ser libertado e contamos com o apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado”.