O debate sobre infraestrutura ganhou força na manhã desta quarta-feira (29) durante a Agrotec 2025, em Porto Velho. O superintendente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho do Porto de Santos, Sidnei Aranha, destacou que o crescimento da produção agrícola em Rondônia depende, obrigatoriamente, de investimentos robustos na logística de escoamento. Para ele, ainda existe uma parcela da sociedade que mantém uma visão ultrapassada sobre o uso do Rio Madeira, esquecendo que o rio é a espinha dorsal do transporte de cargas da região. Aranha reforçou que o curso d’água, além de parte da identidade local, é um ativo econômico fundamental para quem vive do campo.
Durante a palestra, o superintendente apresentou dados e documentos técnicos, incluindo um caderno publicado pelo jornal Valor Econômico, que, segundo ele, traz informações distorcidas sobre a percepção da população de Rondônia. Aranha afirmou que, ao contrário do que repercutiu em Brasília e São Paulo, o público local deseja e clama por investimentos na hidrovia do Rio Madeira. Segundo ele, a proximidade estratégica com o Porto de Chancay, no Peru — que deve se tornar um dos maiores da região — coloca Rondônia em posição privilegiada para ampliar mercados e agregar valor à sua produção.

Segundo Aranha, é preciso deixar a polarização de lado até que chegue o período eleitoral. Ele defendeu que, independentemente de quem vencer a disputa, o desenvolvimento precisa alcançar todas as regiões e gerar mais oportunidades para quem produz. Para ele, o Rio Madeira deve continuar sendo um símbolo de beleza e sustento, mas também um corredor de riqueza e competitividade.
Sobre a relação entre o Porto de Santos e o agronegócio rondoniense, Aranha lembrou que o estado integra a hinterlândia do maior complexo portuário do país, o que cria uma relação natural de parceria. Ele afirmou que todo o corpo técnico do Porto está à disposição do setor produtivo para discutir soluções, apresentar estudos e contribuir com decisões que afetem diretamente o futuro da logística regional. A troca permanente de informações, segundo ele, é o caminho para construir decisões transparentes e de interesse coletivo.
Aranha finalizou dizendo que a discussão sobre a hidrovia precisa ser conduzida com seriedade, sem interesses imediatistas e voltada para o crescimento econômico sustentável. “O que está em jogo não é apenas melhorar o transporte. É garantir riqueza, renda e qualidade de vida para a população de Rondônia”, resumiu o superintendente.









































