Vários fatores interferem no segmento de peixes nativos. A regularização ambiental nos estados produtores, a necessidade de investimentos na infraestrutura de processamento e de insumos, além das dificuldades de comercialização impostas pela pandemia associam-se para justificar a queda da produção.
Mas esses não são os únicos obstáculos aos peixes nativos. Falta também apoio oficial nos estados da região Norte para que as principais espécies tenham o respaldo necessário para crescimento.
“Um ponto importante é a questão ambiental. Sem regularização, os produtores não podem obter crédito. É imperioso que os governos estaduais olhem com muita atenção para esse fator, essencial para o cultivo dos nativos reverter a tendência e voltar a crescer”, destaca Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
A produção de peixes nativos está concentrada nas regiões Norte (143.850 t: 57% do total), Nordeste (53.675 t: 20,5%) e Centro-Oeste (49.250 t: cerca de 19%). Somente o Ceará não registra presença de nativos, aponta levantamento do Anuário PeixeBR 2022.
“O potencial é imenso”, assinala o presidente da PeixeBR. “É preciso olhar com muito carinho para o segmento. Esse é um desafio coletivo. Os peixes nativos representam um impressionante patrimônio nacional. São centenas de espécies com viabilidade econômica. Porém, os produtores estão acuados, sem motivação para grandes investimentos”.
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