Rondônia desponta como referência nacional no uso de tecnologia entre pescadores artesanais, segundo levantamento recente do Ministério da Pesca. A pesquisa mostra que 61,8% dos pescadores de Rondônia têm acesso a informações tecnológicas aplicadas à atividade pesqueira. O índice é o maior da Amazônia Legal e supera estados vizinhos como Acre (40,2%), Pará (38,9%) e Amazonas (42,6%).
O dado reforça a presença da tecnologia na pesca em Rondônia, que se consolida como um importante instrumento para modernizar o setor, facilitar a rotina no campo e expandir canais de comercialização.
Mais celulares, mais conectividade no campo
O uso do telefone celular entre os pescadores também é um fator relevante. O estudo revela que mais de 78% dos pescadores em Rondônia possuem um aparelho celular, taxa bem acima da registrada no Pará (58,6%) e no Acre (70,1%).
Outro dado importante é o acesso à internet. Rondônia está entre os 19 estados brasileiros onde mais de 70% dos pescadores afirmam conseguir se conectar, mesmo sem internet própria. Isso significa que mesmo com limitações estruturais em algumas regiões, os pescadores conseguem manter-se informados e conectados por redes móveis ou pontos públicos de wi-fi.
Aplicativos, emissão de documentos e vendas online
A tecnologia na pesca em Rondônia vai além da conectividade básica. Muitos pescadores já utilizam aplicativos para previsão do tempo, controle de produção, emissão de documentos oficiais e até negociação de produtos via plataformas online.
Essa evolução tecnológica está mudando a forma como a pesca artesanal opera no estado. O que antes era um ofício limitado ao comércio local, hoje se expande com mais autonomia, informação e visibilidade. Com mais acesso à tecnologia, os pescadores conseguem, por exemplo, monitorar as condições climáticas em tempo real, evitar prejuízos e garantir mais segurança em suas atividades.
Avanço que gera impacto social e econômico
Segundo o Ministério da Pesca, a modernização da pesca artesanal por meio da tecnologia em Rondônia também fortalece a economia local e promove inclusão social. Com acesso facilitado a programas de governo, como o seguro defeso e linhas de crédito, os pescadores ganham mais autonomia e se tornam protagonistas no desenvolvimento da cadeia produtiva do pescado.
Além disso, o uso da tecnologia estimula jovens a permanecerem na atividade pesqueira, agora vista como mais moderna e atrativa.
Dados que mostram um novo perfil do pescador
O levantamento do Ministério da Pesca faz parte de uma iniciativa para mapear o perfil do pescador brasileiro e orientar políticas públicas mais eficazes. Em Rondônia, os dados revelam um novo cenário: o pescador conectado, informado e empreendedor.
Com maior familiaridade com o mundo digital, os trabalhadores do setor passam a enxergar novas possibilidades, como a participação em cursos online, associativismo em redes virtuais, uso de GPS para localização de cardumes e inclusão em plataformas de rastreabilidade, exigidas em mercados mais exigentes.
Rondônia segue na frente da Amazônia Legal
A tecnologia na pesca em Rondônia já coloca o estado como um dos mais avançados da região Norte. A integração entre conhecimento tradicional e ferramentas digitais cria um ambiente promissor para o futuro da pesca artesanal.
Iniciativas de capacitação e acesso à internet em comunidades ribeirinhas, como as promovidas por cooperativas locais e projetos governamentais, têm papel essencial nesse processo de transformação. Com a tendência de digitalização acelerada em todos os setores produtivos, Rondônia mostra que é possível avançar mesmo diante de desafios logísticos e geográficos.