O Conselho Regional de Enfermagem, (Coren) detectou durante uma inspeção ocorrida em janeiro deste ano, diversas irregularidades no Hospital de Campanha, localizado na Zona Leste em Porto Velho. A unidade é especializada no tratamento de pessoas com a Covid-19. As anomalias vão desde a sobrecarga de trabalho de técnicos de enfermagem.
Durante uma batida, representantes do Conselho flagraram o atendimento de oito pacientes sendo prestado por apenas dois técnicos de enfermagem. De acordo com o órgão, o cenário pode acarretar em problemas psicológicos sérios aos profissionais.
Outra situação degradante encontrada no HC da zona Leste chocou os fiscais e até mesmo quem trabalha com a saúde pública. Pacientes “entubados” tinham larvas na boca.
Em março, os fiscais retornaram a unidade e comprovaram que absolutamente nada havia sido modificado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para corrigir as falhas. Pelo contrário, outras foram encontradas como banheiros insalubres e com risco de contaminar as alas onde ficam os pacientes. A falta de um local para o descanso dos profissionais foi um pedido que também não foi respeitado, declarou o Coren.
Diante da problemática, o Conselho entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra o governo do Estado. A instituição exigia que as irregularidades comprovadas fossem reparadas.
A Sesau emitiu uma nota em que declara que as falhas apontadas na Ação pelo Coren haviam sido sanadas. A instituição estadual negou que o relatório do Coren constasse a informação e imagem de pacientes com larvas na boca.
De acordo com o Conselho, a unidade de saúde, dedicada ao atendimento de pacientes com Covid-19, não cumpre as exigências mínimas da legislação em relação à enfermagem e representa risco à sanidade da prestação de serviço.