A Cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20/12/2025) sob a presidência do Brasil, foi marcada por uma divisão clara sobre como lidar com a crise na Venezuela. Sob a liderança da Argentina, um comunicado conjunto foi divulgado pedindo o restabelecimento da democracia e a libertação de presos políticos.
No entanto, o Brasil e o Uruguai (representado por Yamandú Orsi) optaram por ficar de fora do manifesto. A análise do Palácio do Planalto é de que o documento, ao omitir as tensões militares no Caribe, poderia ser interpretado pelo governo de Donald Trump como um aval do bloco sul-americano para uma ação armada contra o regime de Nicolás Maduro.
Presença Militar e o Fator Petróleo
A tensão escalou devido ao aumento da presença militar estadunidense na costa venezuelana. O governo Trump justifica o bombardeio e a apreensão de navios petroleiros como parte do combate ao narcotráfico. Por outro lado, o governo venezuelano denuncia uma tentativa de “asfixia financeira”, visando o controle das maiores reservas de petróleo do mundo.
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Posição de Lula: Defende a cautela e alertou que uma intervenção estrangeira seria uma “catástrofe humanitária” e um retrocesso ao direito internacional, comparando a presença de potências extrarregionais ao cenário da Guerra das Malvinas.
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Posição de Milei: O presidente argentino chamou Maduro de “narcoterrorista” e elogiou abertamente a pressão militar dos EUA, afirmando que “o tempo da timidez já passou”.
Os Signatários do Comunicado
Apesar da ausência das duas maiores economias do bloco original (Brasil e Uruguai), o documento contou com o apoio de diversas nações da região:
| Países Signatários | Representação |
| Argentina | Presidente Javier Milei |
| Paraguai | Presidente Santiago Peña |
| Panamá | Presidente José Raúl Mulino |
| Outros | Autoridades de alto escalão da Bolívia, Equador e Peru |
O texto ratifica o Protocolo de Ushuaia, que prevê a suspensão de membros em caso de ruptura democrática — cláusula que mantém a Venezuela suspensa do Mercosul desde 2017.
Diplomacia Brasileira sob Teste
Lula confirmou ter mantido conversas telefônicas com Trump e Maduro nos últimos dias, tentando atuar como mediador para evitar um conflito armado. O governo brasileiro mantém a postura de não reconhecer oficialmente a vitória de Maduro em 2024, mas insiste que qualquer solução deve ser pacífica e negociada internamente, sem intervenção militar externa.












































