O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anunciou nesta sexta-feira (19) que o tribunal discutirá a implementação de um código de conduta para seus ministros em 2026. Em pronunciamento de encerramento do ano judiciário, Fachin defendeu a necessidade de práticas institucionais impessoais para fortalecer a democracia brasileira.
O ministro destacou que a proposta de diretrizes éticas deve abranger não apenas o STF, mas tribunais superiores e a magistratura em todas as instâncias. Segundo Fachin, a superação de personalismos é essencial para as estruturas republicanas, e o diálogo entre os pares será o guia para a construção dessas novas normas de conduta.
A iniciativa surge em um momento de debate sobre a transparência e o comportamento de magistrados em eventos privados. Fachin reforçou que o Poder Judiciário tem o dever de semear a paz institucional e que o código de ética servirá como um conjunto de diretrizes para orientar a magistratura nacional.
Contexto e polêmicas recentes
O debate sobre ética no STF ganhou força após reportagens sobre condutas de ministros em viagens e contratos. O caso do Banco Master, que envolveu a relatoria do ministro Dias Toffoli e suspeitas de fraudes investigadas pelo Banco Central, trouxe visibilidade à necessidade de regras mais claras sobre o convívio social e profissional de juízes.
Outro ponto que impulsionou a discussão foram revelações sobre contratos advocatícios e a participação de ministros em eventos internacionais financiados por entidades privadas. Especialistas criticam há anos a falta de transparência sobre quem custeia viagens e palestras de magistrados de cortes superiores em congressos fora do país.
Foco na colegialidade
Além das normas de conduta, Fachin defendeu o aumento das decisões tomadas de forma conjunta pelo plenário, reduzindo o peso das decisões individuais (monocráticas). Para o presidente da Corte, a unidade do tribunal transmite maior segurança jurídica e previsibilidade para a sociedade e o mercado financeiro.
As medidas propostas para 2026 visam responder às cobranças por maior controle externo e interno sobre as atividades da magistratura. O governo federal e o Congresso Nacional acompanham o desenrolar dessas discussões, que podem mudar a forma como o Judiciário se relaciona com os demais poderes e entes privados.










































