O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que o Brasil precisará implementar novas reformas econômicas a partir de 2027. O objetivo é assegurar o equilíbrio das contas públicas a longo prazo, adaptando as regras fiscais conforme a necessidade de governos futuros.
Haddad destacou que a arquitetura do atual arcabouço fiscal deve ser preservada, mas seus parâmetros podem sofrer alterações. Entre as possibilidades de ajuste estão o limite de crescimento das despesas, hoje fixado em 2,5% acima da inflação, e a proporção de gastos em relação ao aumento das receitas.
A equipe econômica busca metas fiscais consideradas críveis pelo mercado financeiro. Para 2025, o governo persegue o déficit zero, embora a regra permita uma margem de tolerância de 0,25% do PIB. Em 2026, a meta prevista é de um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto.
Ajustes técnicos e autonomia política
O ministro explicou que governos de diferentes ideologias podem decidir “apertar mais ou menos” as regras de gastos sem destruir a estrutura central da lei. Segundo Haddad, um governo mais à direita poderia reduzir o crescimento real das despesas para 2%, por exemplo, dentro da democracia.
Ele se manifestou contrário à criação de um teto rígido para a dívida pública, preferindo manter o modelo que combina metas de resultado primário com controle de gastos. O ministro acredita que seu sucessor encontrará um cenário fiscal mais organizado do que o registrado no início de 2023.
Política fiscal e taxas de juros
Haddad reforçou a importância da harmonia entre a Fazenda e o Banco Central. Ele demonstrou preocupação com a desaceleração da atividade econômica e argumentou que decisões rígidas na política monetária acabam impactando negativamente o lado fiscal do país.
O ministro refutou a ideia de que o nível atual dos juros seja culpa exclusiva do arcabouço. Para ele, o patamar elevado reflete ruídos e narrativas sobre a falta de compensação em reformas anteriores, o que afetou a credibilidade e gerou um choque de juros por parte do Banco Central.










































