O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira (15) que o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) deixou o Brasil de maneira clandestina. Ele fugiu pela fronteira com a Guiana e, em seguida, utilizou um passaporte diplomático para entrar nos Estados Unidos, país para onde escapou após ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
“A rota [de fuga] parece muito clara, via Guiana, saindo clandestinamente do Brasil, não passando por nenhum ponto de fiscalização”, detalhou Andrei Rodrigues sobre a fuga de Ramagem.
Alexandre Ramagem foi visto em Miami, na Flórida, em novembro de 2025. Pouco antes disso, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), havia decretado a execução da pena de 16 anos, um mês e 15 dias de prisão do parlamentar. Moraes expediu um mandado de prisão preventiva contra o deputado.
A apuração da PF indica que Alexandre Ramagem obteve ajuda para sair do país pela fronteira de Roraima, estado onde o parlamentar construiu sua carreira como delegado da Polícia Federal. Andrei Rodrigues confirmou a prisão, no sábado (13), de um homem que auxiliou o deputado a escapar, por ordem de Moraes. O preso foi identificado como Celso Rodrigo de Mello, filho de Rodrigo Cataratas, conhecido por sua ligação com o garimpo. “Ele vai ser interrogado nos próximos dias”, afirmou o diretor da PF.
Histórico da condenação
Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem foi condenado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
A Primeira Turma do STF considerou o parlamentar culpado por ter instrumentalizado a Abin para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, visando mantê-lo ilegalmente no poder. As investigações apontaram que a agência foi usada para espionar adversários, além de produzir e disseminar notícias falsas e desinformação sobre o processo eleitoral.








































