O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, a condenação de seis réus que integram o Núcleo 2 da trama golpista. O plano visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro ilegalmente no poder após a derrota nas eleições de 2022. Gonet afirmou que os acusados tiveram um papel “decisivo” no ataque ao Estado Democrático de Direito.
Em sustentação oral, o procurador-geral detalhou o papel de cada réu no complô durante o julgamento que acontece na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. “É certo que os denunciados nesse processo aderiram aos propósitos ilícitos”, declarou Paulo Gonet.
O Plano Punhal Verde Amarelo e a Minuta do Golpe
Um dos pontos centrais da acusação de Gonet foi o chamado Plano Punhal Verde Amarelo. Este documento, encontrado nas investigações, detalhava uma operação de tomada de poder que incluía o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O procurador-geral sublinhou que o general da reserva Mário Fernandes, um dos réus, assumiu a autoria do plano em depoimento judicial. “O fato de o então secretário executivo da Presidência da República confessar abertamente em juízo que concebeu o plano homicida […] deixa claro que os fatos impactantes narrados na denúncia correspondem à realidade,” disse.
O Núcleo 2 também é apontado como responsável pela concepção e redação da chamada “minuta do golpe”. O rascunho previa a assinatura de um decreto por Bolsonaro para intervir na Justiça Eleitoral, prender o ministro Moraes e impedir a posse de Lula.
Envolvimento dos Réus
O Núcleo 2 da trama golpista inclui:
Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
Mário Fernandes, general da reserva do Exército;
Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.
A acusação envolve também a mobilização da PRF para dificultar o trânsito de eleitores no dia do segundo turno de 2022, especialmente em áreas onde Lula havia tido melhor desempenho. Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.
Até o momento, o STF já condenou 24 réus pela trama golpista, pertencentes aos núcleos 1, 3 e 4. As defesas dos seis acusados do Núcleo 2 negam o envolvimento no complô e acusam a PGR de falta de provas.












































