A 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, foi realizada nesta quinta-feira, 4 de dezembro, no Palácio Itamaraty, em Brasília. O colegiado, que reúne representantes do governo federal, da sociedade civil organizada e do empresariado, entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o documento “Pilares de um Projeto de Nação”, que contém propostas de metas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil.
O Conselhão, criado em 2003, extinto em 2019 e reativado em 2023, tem o objetivo de ser um instrumento de diálogo plural para a formulação de políticas públicas de desenvolvimento econômico, social e sustentável. O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância da retomada do diálogo para atender às demandas da sociedade.
Metas Estratégicas para o País
O documento entregue ao presidente Lula foi construído com base em discussões das comissões temáticas do CDESS. As propostas se alinham à Estratégia Brasil 2050, coordenada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, e incluem metas para a próxima década e ações mais concretas para os próximos cinco anos.
O secretário-executivo do Conselhão, Olavo Noleto, explicou que os conselheiros debateram o futuro do país, abordando temas como envelhecimento, empregos e o impacto das novas tecnologias na empregabilidade. Ele ressaltou a riqueza das contribuições que surgem da diversidade dos 289 conselheiros.
Destaques e Críticas dos Conselheiros
Durante a reunião, diversos conselheiros apresentaram suas perspectivas:
Setor do Agronegócio: O produtor de soja e algodão Eraí Maggi elogiou medidas do governo que beneficiaram o agro, como o desenvolvimento de biotecnologias e a ampliação do acesso a financiamentos bancários de longo prazo.
Empresariado e Juros: A empresária Luiza Trajano comemorou a redução do desemprego e a regulação das bets, mas criticou a alta taxa de juros, que, segundo ela, prejudica a atividade econômica. Ela também convocou empresários a criar um movimento de combate à violência contra as mulheres.
Fazenda e Economia: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxe dados positivos sobre a redução da taxa de informalidade e da desigualdade de renda. Ele previu que a inflação será a menor da história e defendeu que o Brasil precisa de uma “chave de fenda”, e não de uma “serra elétrica”, para corrigir seus desequilíbrios.
Tecnologia e Inclusão: A cientista de computação Nina da Hora defendeu a soberania digital tecnológica do Brasil, com investimentos em softwares e soluções inovadoras nacionais. O ativista Ivan Baron defendeu a inclusão das pessoas com deficiência no orçamento público e a manutenção de verbas para o BPC.
Trabalhadores e Favelas: A vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Mônica Veloso, destacou a política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda. Ela cobrou foco nos aposentados e o fim da escala 6×1. O cofundador da Cufa, Preto Zezé, pediu a renovação do debate sobre segurança pública, com intervenções integradas, e defendeu o debate econômico sobre a precarização do trabalho.
Outras Entregas e Agendas
Além do documento principal, o colegiado entregou a Lula outros documentos importantes:
A cópia do projeto Move Mundo, que levou propostas da comunidade científica da Amazônia à COP30, realizada em Belém em novembro.
A Agenda Positiva do Agro 2025, com práticas e tecnologias para fortalecer a produção sustentável e a inovação no setor agropecuário.
O Portfólio De Investimentos Voltados à Transformação Ecológica no Brasil, organizado pelo Ministério da Fazenda, detalhando projetos focados em bioeconomia e energias renováveis.











































