O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, em Brasília, que qualquer tipo de apoio financeiro aos Correios está condicionado à aprovação de um plano de recuperação ou reestruturação da estatal. O rombo acumulado pela empresa de janeiro a setembro chega a R$ 6,05 bilhões.
Haddad enfatizou que o Tesouro avalia diversas alternativas, como empréstimo, aporte direto ou garantia em operações de crédito. No entanto, o socorro só virá após a aprovação do plano.
“Não vamos fazer um aporte sem o plano de recuperação aprovado. Nem empréstimo, nem apoio, nem aval”, frisou o ministro.
O governo aponta que a crise é motivada por problemas de gestão, derrotas judiciais, aumento de despesas e perda de competitividade. A reportagem é de Wellton Máximo, da Agência Brasil.
Apoio dentro das regras fiscais
Haddad afirmou que a possibilidade de injeção de recursos federais, ou aporte, está em estudo. Ele garantiu que qualquer movimentação ocorrerá dentro das regras do arcabouço fiscal vigente, negando flexibilizações.
Os altos juros no país encarecem a tomada de crédito pela própria estatal. Isso aumenta as chances de o aporte direto da União ser a alternativa escolhida pelo Tesouro.
O ministro também explicou que a exclusão de R$ 10 bilhões da meta fiscal das estatais, incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, foi uma medida preventiva. O objetivo é dar margem ao governo para realizar o aporte, caso essa seja a decisão final.
Pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões negado
Em meio à crise, o Tesouro Nacional negou aos Correios um pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões que seria feito por cinco bancos. A recusa se deu porque as instituições financeiras exigiam juros de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O percentual estava acima do limite de 120% do CDI permitido para operações com garantia da União.
Essa recusa reforça a exigência de que os Correios apresentem um plano consistente de reestruturação antes de receberem qualquer socorro financeiro.
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