O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso neste sábado (22) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão é de natureza preventiva, ou seja, não tem data determinada para o fim.
Moraes tomou a decisão para garantir a ordem pública, citando a convocação de uma vigília na porta do condomínio do ex-presidente, que teria o objetivo de evitar a prisão. O ministro também afirmou que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica, indicando risco de fuga.
Carreira Rara e Ascensão Política
A trajetória de Bolsonaro na política brasileira é considerada incomum. Capitão reformado do Exército, ele iniciou sua carreira como vereador no Rio de Janeiro (1988) e, em seguida, foi deputado federal por sete mandatos consecutivos. Durante quase três décadas, atuou como membro do chamado “baixo clero” da Câmara, defendendo pautas conservadoras e as Forças Armadas.
A eleição de 2018 marcou sua virada para o protagonismo nacional. Sem grande tempo de TV e com pouca estrutura partidária, ele venceu as eleições com uma campanha centrada em redes sociais, retórica antissistema e forte apoio de segmentos da direita conservadora e militar.
Governo e Conflitos Institucionais
Seu governo foi marcado por uma série de fatores:
Economia: Implementou a reforma da Previdência em 2019, mas as demais promessas de agenda liberal e ajuste fiscal tiveram alcance limitado.
Controvérsias: Adotou uma agenda de costumes agressiva e enfrentou uma relação turbulenta com o STF, governadores e a imprensa.
Pandemia: Sua gestão durante a pandemia de Covid-19 foi marcada por uma postura negacionista, minimizando a doença e atrasando a compra de vacinas.
Condenação e Próximos Passos Jurídicos
Após a derrota na reeleição em 2022, sua ausência e o silêncio alimentaram teorias golpistas que culminaram na invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Condenação Penal: Em setembro de 2025, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Regime de Prisão: Embora a prisão atual seja preventiva, o fim dos recursos fará com que ele comece a cumprir a pena definitiva. Como a condenação é superior a oito anos, ele deverá iniciar a execução em regime fechado.
Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o havia declarado inelegível por oito anos por abuso de poder político na reunião com embaixadores, o que já o impedia de disputar eleições até 2030.











































