A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou nesta quinta-feira (13) que a demarcação e a proteção das terras indígenas são prioridades do Governo do Brasil no enfrentamento à crise climática e na preservação ambiental. A declaração foi feita durante o programa Bom Dia, Ministra, quando ela apresentou um balanço das principais ações da pasta.
“A principal pauta é a demarcação das terras indígenas. Junto vem a proteção dos territórios, e estamos buscando essa proteção a partir das ações de desintrusão”, afirmou Guajajara.
Segundo a ministra, o governo já realizou ações de desintrusão em nove territórios, com a retirada de garimpeiros ilegais, madeireiros e arrendatários. Uma das operações mais recentes ocorreu na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, resultando em R$ 7,5 milhões de prejuízo aos invasores.
Guajajara destacou que essas medidas têm impacto direto na redução do desmatamento na Amazônia, que já apresentou queda superior a 50% em 2025.
“As ações de desintrusão são superimportantes para reduzir o índice do desmatamento. Essa queda tem contribuição significativa dos territórios indígenas desintrusados”, explicou.
Ações permanentes e diálogo institucional
A ministra enfatizou que as operações são conduzidas de forma pacífica, com diálogo entre diferentes órgãos federais para garantir a realocação de ocupantes ilegais.
“Nós não estamos tirando pessoas de forma violenta. Há diálogo com o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para que essas pessoas sejam transferidas para outros espaços”, afirmou.
O objetivo, segundo ela, é transformar as operações pontuais em uma política permanente de Estado voltada à proteção das terras indígenas.
Presença da Força Nacional
Guajajara também citou a atuação da Força Nacional de Segurança Pública em territórios de maior conflito, como na Bahia e em Mato Grosso do Sul.
“Estamos mantendo a presença da Força Nacional permanente nesses territórios. O Mato Grosso do Sul figurava entre os estados com maior número de mortes de indígenas, e estamos trabalhando para mudar essa realidade”, disse.
Universidade Indígena Federal
Durante a entrevista, a ministra anunciou que o governo está estruturando, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a primeira Universidade Indígena Federal, que terá sede em Brasília e campi descentralizados.
“A ideia é que universidades que já acolhem estudantes indígenas possam integrar essa nova instituição, que pretendemos lançar ainda este ano”, detalhou.
Ela também destacou o projeto da Universidade em Território Indígena Araribóia, no Maranhão, apresentado durante a COP30, fruto da iniciativa de lideranças locais e do apoio do governo estadual.
Educação e valorização dos saberes indígenas
Guajajara lembrou ainda o trabalho conjunto com o MEC para atualização dos livros didáticos, de modo a retratar os povos indígenas como protagonistas do presente, e o avanço das políticas de cotas no ensino superior.
“Os livros sempre trataram os povos indígenas como povos do passado. É fundamental mostrar que estamos aqui, contribuindo com o país e com o enfrentamento à crise climática”, afirmou.
Para a ministra, os territórios e saberes indígenas têm papel essencial na agenda ambiental global.
“Uma vez que estamos falando de enfrentamento à crise climática, é mais do que oportuno reconhecer o papel fundamental dos territórios e modos de vida indígenas”, concluiu.
O programa Bom Dia, Ministra é uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com participação de rádios e portais de todo o país.








































