Lula criticou a falta de ação dos países para mitigar as mudanças climáticas, questionando se as nações estão “realmente fazendo o melhor possível” para cumprir o Acordo de Paris, que completa 10 anos. Ele observou que o planeta ainda caminha para um aquecimento de cerca de 2,5°C.
Necessidade de NDCs: O presidente insistiu na revitalização das metas do acordo por meio das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Embora 100 países tenham apresentado suas NDCs, o ritmo de ação é insuficiente.
Riscos Iminentes: Lula alertou que América Latina, Ásia e África correm o maior risco de se tornarem inabitáveis nas próximas décadas, citando o possível desaparecimento de ilhas no Caribe e no Pacífico.
Financiamento e Justiça Climática
O presidente apontou questões de financiamento e justiça climática como cruciais para o avanço das metas.
Financiamento Reverso: Lula criticou o modelo atual em que a maior parte do financiamento climático chega ao mundo em desenvolvimento sob a forma de empréstimo.
“Não faz sentido ético ou prático demandar a países em desenvolvimento que paguem juros para combater o aquecimento global,” afirmou.
Mapa do Caminho Baku-Belém: O Brasil apoia o Mapa do Caminho, que busca alternativas para alcançar a meta de US$ 1,3 trilhão por ano para mitigação e adaptação. Lula defendeu a troca de dívidas de países por ações climáticas, vendo o enfrentamento climático como investimento, e não gasto.
Taxação de Grandes Fortunas
Lula defendeu a taxação de grandes fortunas e corporações multinacionais como forma de gerar recursos para a ação climática. Ele citou dados que indicam que o 0,1% mais rico do planeta emite mais carbono em um dia do que os 50% mais pobres em um ano.
Mecanismos: O imposto mínimo sobre corporações e a tributação do patrimônio de super-ricos são medidas que podem gerar recursos valiosos.
Propostas e Multilateralismo
Lula defendeu que a COP na Amazônia reconheça o papel dos territórios indígenas e comunidades tradicionais e as políticas de proteção como instrumentos de mitigação climática.
O presidente voltou a defender a criação de um Conselho do Clima no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e finalizou com um apelo enfático ao multilateralismo:
“Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo. A Terra é única, a humanidade é uma só, a resposta tem que vir de todos para todos.”
A Cúpula do Clima, que reuniu líderes de mais de 70 países em Belém, buscou atualizar e reforçar os compromissos multilaterais, antecedendo a COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro.











































