Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump se reuniram neste domingo (26), na Malásia, em seu primeiro encontro bilateral substancial desde setembro. A reunião de 45 minutos ocorreu em um momento de tensão, após os EUA imporem tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e aplicarem sanções a autoridades brasileiras devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após o encontro, Lula afirmou que a reunião foi “franca e construtiva” e que as equipes de ambos os países se reuniriam imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções. Trump, ao lado de Lula, sinalizou otimismo, dizendo ser uma honra estar com o presidente do Brasil e que provavelmente fariam “alguns bons acordos”.
Negociações imediatas sobre tarifas e sanções
Segundo o Palácio do Planalto, a agenda foi focada nas taxas impostas a produtos brasileiros, as quais Lula argumentou não terem base técnica, já que os EUA mantêm superávit na balança comercial com o Brasil.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, confirmou que a reunião foi “muito positiva” e que Trump daria instruções para iniciar o processo de negociação bilateral ainda neste domingo. A equipe brasileira se reunirá com o Representante Comercial dos EUA, Howard Lutnick, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o Secretário de Estado, Marco Rubio.
Principais pontos discutidos:
- Tarifas: Lula propôs um cronograma de negociações para a suspensão das tarifas.
- Sanções: Lula pediu a revogação de sanções a autoridades brasileiras, reafirmando que o julgamento de Bolsonaro seguiu o devido processo legal.
- Venezuela: Lula se prontificou a ser um interlocutor entre os EUA e o governo de Nicolás Maduro, reforçando o desejo de manter a América do Sul como zona de paz.
- Visitas: Os dois líderes combinaram visitas recíprocas ao Brasil e aos Estados Unidos.
Julgamento de Bolsonaro e futuro das relações
Embora Trump tenha dito que “se sente mal” pelo que Bolsonaro passou, Lula garantiu ao presidente norte-americano que o processo seguiu a lei e defendeu que as sanções aplicadas a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) eram injustas.
A expectativa do governo brasileiro é que as negociações resultem na suspensão das tarifas em pouco tempo, aliviando a crise comercial. O encontro, que parecia “impossível” segundo Lula, marcou a abertura de um canal direto para resolver as tensões bilaterais.










































