O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou satisfação com os resultados de sua viagem à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (24) em Nova York, Lula celebrou, em particular, o aceno de diálogo feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Aquilo que parecia impossível, deixou de ser impossível e aconteceu. Eu fiquei feliz quando Trump disse que pintou uma química boa entre nós”, declarou o presidente. Lula afirmou que não há motivos para os dois países permanecerem em atrito e manifestou torcida para que a relação Brasil-EUA prospere.
Lula destacou a relevância dos laços entre as duas maiores democracias do continente. Segundo ele, Brasil e Estados Unidos possuem inúmeros interesses em comum, que abrangem áreas empresariais, industriais, tecnológicas e científicas.
“Temos muito interesse no debate sobre a questão digital e a inteligência artificial, na questão comercial,” afirmou o presidente. Ele reforçou ter dito a Trump que os dois países têm muito o que conversar, inclusive sobre a necessidade de garantir a paz global. “Eu fiquei satisfeito quando ele disse que é possível a gente conversar”, concluiu Lula sobre o diálogo entre os países.
Defesa da reformulação da ONU
Durante a coletiva, o presidente voltou a defender uma reformulação na estrutura da ONU e no multilateralismo. Lula argumentou que a atual composição da organização está mal representada, pois a realidade de 2025 é distinta da de 1945.
“Eu defendo uma governança mundial mais forte. Por isso que temos brigado há muito tempo para que a ONU seja reformulada, desde o seu estatuto até a sua composição”, defendeu Lula. Ele também cobrou o fim do direito de veto e o cumprimento das decisões coletivas pelos membros, especialmente na questão do clima.
Lula criticou veementemente a quantidade de conflitos armados atuais, dizendo que “não é normal” o que ocorre na Ucrânia, Rússia e Faixa de Gaza. Ele condenou o alto investimento em armamentos por diversos países.
“Eu não consigo entender porque o mundo quer destruir quando nós precisamos construir. Não é normal a quantidade de países que estão gastando trilhões de dólares em armamento, quando precisamos trilhões de dólares para acabar com a fome no mundo”, criticou o presidente brasileiro.
Lula também abordou a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém. Ele reafirmou que o evento será a “COP da verdade”, pois deverá demonstrar o real comprometimento global em evitar as mudanças climáticas. O presidente reiterou o convite para que as lideranças mundiais compareçam e ouçam a ciência.