Segundo a Reuters, o material foi citado pelo ministro Alexandre de Moraes e integra o inquérito em que Bolsonaro é acusado de tentar interferir no processo em que responde por tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022.
De acordo com o relatório, a PF apontou que “os elementos informativos encontrados indicam, portanto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha em sua posse documento que viabilizaria sua evasão do Brasil em direção à República Argentina, notadamente após a deflagração de investigação pela Polícia Federal, com a identificação de materialidade e autoria delitiva quanto aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, praticados por organização criminosa”.
O relatório final da PF também indiciou Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está nos Estados Unidos. Ambos foram enquadrados pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Segundo a Reuters, as defesas de Jair e Eduardo Bolsonaro não se manifestaram imediatamente sobre as acusações.
O ministro Alexandre de Moraes determinou ainda que a defesa do ex-presidente seja intimada a prestar esclarecimentos em até 48 horas sobre o descumprimento de medidas cautelares, a reiteração de condutas consideradas ilícitas e o risco de fuga.
Bolsonaro encontra-se atualmente em prisão domiciliar, medida adotada no âmbito das investigações que apuram sua suposta participação na tentativa de golpe após o segundo turno das eleições de 2022.
Para analistas, a descoberta do documento amplia a pressão judicial sobre o ex-presidente e reforça o cenário de instabilidade política que envolve não apenas Bolsonaro, mas também aliados próximos.
A investigação e seus desdobramentos continuam sob acompanhamento do STF, enquanto a repercussão política da revelação promete intensificar o debate público no Brasil e na Argentina.
(Reportagem baseada em informações da Reuters e relatório da Polícia Federal, com menção no STF)