O Dia do Patrimônio Histórico, celebrado em 17 de agosto, homenageia Rodrigo Melo Franco de Andrade, primeiro diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan. A data reforça a importância de preservar bens culturais, materiais e imateriais, que representam a história e a identidade do país.
Em Rondônia, um marco dessa preservação é a Lei nº 341, sancionada em 4 de dezembro de 1991, que garantiu proteção integral à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), ferrovia inaugurada em 1912 e considerada símbolo da engenharia e da integração amazônica. A norma, de autoria da ex-deputada estadual Marlene Gorayeb e aprovada no governo de Oswaldo Piana Filho, instituiu medidas de salvaguarda para locomotivas, vagões, prédios históricos, trilhos e pontes no trecho original entre Porto Velho e Guajará-Mirim.
Revitalização mantém viva a memória
O Complexo da EFMM, em Porto Velho, passou por restaurações que requalificaram espaços de visitação e valorizaram o acervo ferroviário. Visitantes como a professora paulista Helena Rodrigues, o engenheiro paranaense Carlos Mendes e a moradora local Maria das Dores destacam a importância de manter o local como referência histórica e cultural. Para o turista acreano João Vítor Lima, visitar a ferrovia foi “uma verdadeira aula de história ao ar livre”.
Compromisso com a preservação
A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo e Lazer (Semtel), reforça que a preservação da EFMM é estratégica para o turismo e a economia criativa. O secretário Paulo Moraes Júnior e o adjunto Aleks Palitot ressaltam que a ferrovia é um pilar da identidade cultural da capital.
Normando Lira, relações públicas do Complexo e representante da concessionária responsável desde junho de 2023, afirma que a gestão mantém alinhamento permanente com o Iphan e já recebeu mais de 30 mil visitantes. A expectativa é ultrapassar 60 mil até o fim do primeiro ano de administração.
Um legado centenário
A EFMM foi construída para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim, integrando a Amazônia ao mercado internacional da borracha. Sua obra reuniu trabalhadores de mais de 50 nacionalidades e enfrentou desafios como doenças tropicais e dificuldades logísticas.
O presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Republicanos), destacou que a lei de 1991 é um marco para a política estadual de preservação: “Preservar a Madeira-Mamoré é preservar nossa identidade. Esse patrimônio une passado e futuro e deve ser cuidado com responsabilidade e orgulho.”
Neste Dia do Patrimônio Histórico, a lembrança da Lei 341 reforça que manter viva a memória da EFMM é investir no futuro cultural e turístico de Rondônia.